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Governador de Cabo Delgado cria grupos de vigilância para enfrentar ataques


No passado tais grupos foram acusados de violar direitos humanos
No passado tais grupos foram acusados de violar direitos humanos

O Governo de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, naquilo que se pode considerar o retomar da experiência do tempo da revolução em Moçambique, está a instituir grupos de vigilância popular para combater as acções de grupos de insurgentes que têm estado a aterrorizar alguns distritos daquela província.

O governador Júlio Parruque, citado esta quarta-feira, 20, pela Rádio Moçambique, reconheceu que os insurgentes estão a colocar em causa a soberania do país, cujo Governo, afirmou, está a trabalhar no sentido de perceber as diversas nuances à volta do grupo.

Parruque realçou que os atacantes têm uma característica não só estranha, como também distinta.

Usam as suas artimanhas para se confundirem com a população.

"O grande movimento na província de Cabo Delgado é de vigilância cerrada; as comunidades mais expostas estão a cumprir com muita determinação esta forma de estar, portanto, unidade, vigilância, controlo; qualquer sinal de desconfiança é reportado", afirmou Júlio Parruque.

Aquele governante considerou determinante o envolvimento de antigos combatentes, que no tempo da revolução tiveram um papel importante na formação de grupos de vigilância popular, para combater a criminalidade.

Entretanto, em alguns casos, a actuação dos grupos de vigilância popular foi posta em causa por violar os direitos humanos.

Há quem afirme que o surgimento de grupos de atacantes tem alguma relação com a pobreza que grassa sobretudo as zonas rurais porque há pessoas que se deixam aliciar com mil ou 10 mil meticais.

Refira-se que mais de 100 pessoas foram mortas, desde que os ataques começaram em Outubro de 2017.

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