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Generais lembram o comandante-em-chefe e destacam suas decisões e desvios


Presidente de Angola, Jose Eduardo dos Santos, com o líder da UNITA, Jonas Savimbi, em Bruxelas, em Setembro de 1995
Presidente de Angola, Jose Eduardo dos Santos, com o líder da UNITA, Jonas Savimbi, em Bruxelas, em Setembro de 1995

A morte do antigo Presidente angolano José Eduardo dos Santos nesta sexta-feira, 8, continua a provocar reacções de todos os quadrantes em Angola e também no exterior.

A VOA ouviu generais das Forças Armadas Angolanas e da UNITA sobre como recordam o antigo Chefe de Estado.

O general na reserva da UNITA Abílio Kamalata Numa diz guardar algumas posições políticas manifestadas em encontros com José Eduardo dos Santos.

General Abílio Kamalata Numa sobre José Eduardo dos Santos
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“De resto são lutas políticas que fomos travando ao longo do tempo, acho que teve altura suficiente para se colocar acima de si próprio como dirigente máximo do país e ultrapassar as querelas que fomos desenvolvendo”, considera Numa, quem conclui que “a luta que travamos com o senhor Presidente não foi pequena, mas todavia olhamos para ele como o mais velho”.

O também general Manuel Mendes Carvalho Pacavira, “General Paca”, do MPLA, diz que integrou delegações de José Eduardo dos Santos, que era um “homem sociável, calmo” que “num momento descambou” e preferiu “andar com os bandidos, confiou muito nesses generais que vieram da guerrilha e apostou no cavalo errado”.

General Manuel Mendes Carvalho Pacavira, “General Paca" sobre José Eduardo dos Santos
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Por seu turno, o também general das Forças Armadas Angolanas Roberto Leal Monteiro “Ngongo” considera Santos o “grande comandante e, chefe” que no entanto não terá sido tanto valorizado, nomeadamente depois da vitória em Cuito Cuanavale numa cerimónia da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), em que se destacaram outras pessoas.

General Roberto Leal Monteiro "Ngongo" sobre José Eduardo dos Santos
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No entanto, “Ngongo” garante que “todas as indicações, todas as ordens, quem as dirigiu a partir de Angola, que foram tomadas e que levaram à vitória no Cuito Cuanavale à independência da Namíbia e ao fim do apartheid foi o comandante em chefe as Forças Armadas Angola, José Eduardo dos Santos".

General José Samuel Chiwal sobre José Eduardo dos Santos
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O também general Samuel Chiwal esteve muitas vezes com o antigo Presidente e disse que “como manos, africanos, sentimos a morte dele”.

Depois de 38 anos no poder, José Eduardo dos Satos, abandomou a Presidência e desde 2018 passou a viver em Barcelona, Espanha, onde se encontrava em tratamento.

Ele morreu nesta sexta-feira, 8, mas nem os médicos, nem a família se pronucniaram sobre as causas da morte.

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