Nas vésperas do início de mais um ano escolar em Angola, surgem, outra vez, denúncias de corrupção na obtenção de certificados para matrículas, com a gasosa a funcionar como propina.
O responsável do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), Francisco Teixeira, denunciou à VOA um esquema de cobranças de dinheiro por “portas e travessas” para a obtenção dos certificados da 6ª para 7ª classe, 9ª para 10ª classe e do ensino médio para o ensino susperior.
Os estudantes são forçados a pagar pelo facto do encerramento das inscrições estar previsto para o dia 11 e muitos temem ficar de fora.
Francisco Teixeira, presidente do MEA, mesmo após vários contactos junto do Ministério da Educação e da Delegação Provincial da Eduação em Luanda diz que continua a burocracia na aquisição de documentos para as matrículas.
Esta situação, segundo Teixeira, decorrer da decisão da Direcção de Educação de Luanda de proibir, desde Agosto, a cobrança de qualquer emolumento nas escolas estatais, por falta de uma lei que regule os preços.
Francisco Teixeira diz que a falta de certificados está a dificultar a inscrição de vários estudantes.
“Até agora, as direcções dasescolas não começaram a passar certificados e vemos a aflição de muitos pais com medo dos filhos ficarem de fora do sistema de ensino”, afirma Teixeira que denuncia o facto de alunos serem forçados a pagar de três mil e quinhentos kwanzas a dez mil kwanzas para poderem matricular-se.
“Vai proporcionando corrupção porque até seguranças e senhoras de limpezas conseguem facilitar certificados e os estudantes pagam com medo de ficar de fora, acrescenta aquele responsável.
A VOA tentou falar com o Ministério da Educação e a Delegação Provincial de Educação em Luanda, mas sem sucesso.