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"Fui vítima da maior mentira jurídica contada em 500 anos de História", afirma Lula da Silva


Antigo Prsidente Lula da Silva (Foto de Arquivo)

Antigo Presidente brasileiro critica juiz Sérgio Moro, Presidente Bolsonaro e presta homenagem às vítimas da Covid-19

O antigo Presidente brasileiro Lula da Silva disse ter sido “vítima da maior mentira jurídica contada em 500 anos de História", ao reagir à decisão do juíz do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, que anulou todas as condenações contra ele na Operação Lava Jato.

"Antes de eu ir [para a prisão], nós tínhamos escrito um livro, e eu fui a pessoa dei a palavra final no título do livro que é ‘A verdade vencerá’. Eu tinha tanta confiança e tanta consciência do que estava acontecendo no Brasil que eu tinha certeza que esse dia chegaria, e ele chegou”, afirmou Lula em conferência de imprensa nesta quarta-feira, 10, no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.

"Eu sou agradecido ao ministro Fachin porque ele cumpriu uma coisa que a gente reivindicava desde 2016. A decisão que ele tomou tardiamente, 5 anos depois", acrescentou o antigo Presidente que chamou à equipa de procuradores e juízes da Lava Jato de"quadrilha" que tinha uma obsessão por condená-lo porque queria criar um partido político.

Lula da Silva disse que a decisão de Fachin reconheceu que nunca houve crime ou envolvimento com a Petrobras, embora a decisão do juiz não tenha analisado o mérito dos processos, mas apenas se a justiça no Estado do Paraná tinha competência para analisar o caso.

"O processo vai continuar, tudo bem, eu já fui absolvido de todos os processos fora de Curitiba, mas nós vamos continuar brigando para que o Moro seja considerado suspeito porque ele não tem o direito de se transformar no maior mentiroso da história do Brasil e ser considerado herói por aqueles que queriam me culpar. Deus de barro não dura muito tempo”, continuou o antigo Presidente.

Na companhia de apoiantes, Lula não poupou o antigo juiz Sérgio Moro.

"Hoje, eu tenho certeza que ele [Moro] deve estar sofrendo muito mais do que eu sofri. Eu tenho certeza que o Dallagnol deve estar sofrendo muito mais do que eu sofri, porque eles sabem que eles cometeram um erro, e eu sabia que eu não tinha cometido um erro”, afirmou o ex-Presidente.

Ao falar sobre a prisão, Lula da Silva prestou solidariedade às famílias que perderam pessoas para a Covid-19 e aos que estão desempregados.

“Se tem um brasileiro que tem razão de ter muitas e profundas mágoas sou eu, mas não tenho. [...] A dor que eu sinto não é nada diante da dor que sofre milhões e milhões de pessoas. É muito menor do que a dor que sofre quase 270 mil pessoas que viram seus entes queridos morrer”, começou por afirmar o petista.

"Eu quero prestar a minha solidariedade nesse entrevista às vítimas do coronavírus, aos familiares das vítimas do coronavírus, ao pessoal da área da saúde, de todos da saúde, privado e pública. Mas sobretudo para os heróis e heroínas do SUS que por tanto tempo foram descredenciados politicamente”, acrescentou Lula da Silva, quem criticou a forma como o Presidente Jair Bolsonaro tem gerido a pandemia.

“Não siga nenhuma decisão imbecil do Presidente da República ou do ministro da Saúde. Tome vacina. Tome vacina porque a vacina é uma das coisas que pode livrar você do Covid”, reiterou Lula que também criticou a política de Bolsonaro de facilitar acesso às armas.

“Este povo não está precisando de armas. Esse povo está precisando de emprego”, afirmou o antigo Chefe de Estado.

Com a decisão do juiz Fachim, Lula da Silva recuperou os direitos políticos e voltou a ser elegível.

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