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'Fracasso histórico' em confrontar racismo estrutural impacta desproporcionalmente negros e indígenas no Brasil, diz Amnistia Internacional


Protesto contra racismo e violência policial em São Paulo em 13 de maio de 2021
Protesto contra racismo e violência policial em São Paulo em 13 de maio de 2021

O ano de 2022 foi marcado por uma "deterioração das condições sociais, políticas e econômicas no Brasil", segundo a Amnistia Internacional.

E o "fracasso histórico do Estado em confrontar o racismo estrutural continuou a impactar desproporcionalmente pessoas indígenas e afro-descendentes”, publicou a organização internacional em seu mais recente relatório sobre o estado dos direitos humanos no mundo.

Num ano de eleições que resultaram na vitória do atual presidente Lula da Silva, o Brasil enfrentou ataques consistentes à Suprema Corte e à Justiça por parte do então presidente em vigor, Jair Bolsonaro, candidato à reeleição na altura, disse a Amnistia.

A organização internacional destacou ainda que “a disseminação de fake news e declarações do (então) presidente Bolsonaro incitaram violência com motivação política, ameaçaram instituições do Estado e minaram o funcionamento das instituições judiciais”.

O racismo continuou a levar à violência do estado, com assassinatos em massa cometidos por agentes de segurança pública “frequentemente e desproporcionalmente afetando pessoas negras em bairros marginalizados”.

Mulheres cisgénero e transgénero foram alvo de várias formas de violência, especialmente as mulheres negras. De acordo com os dados apresentados no relatório, 699 mulheres foram vítimas de feminicídio em 2022, 62% delas eram negras.

A instituição apontou ainda que muitos jornalistas e defensores dos direitos humanos foram ameaçados e mortos. E mostrou que a taxa de desmatamento da Amazônia brasileira atingiu o maior nível desde 2015, com 9,277 km² da floresta destruída.

E os eventos climáticos causados pelo aquecimento global coninuaram a afetar desproporcionalmente as comunidades marginalizadas deviso ao "fracasso do Estado em adotar medidas adequadas e suficientes para mitigar" esses problemas.

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