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FMI continua a aguardar auditoria às "dívidas secretas" de Moçambique


Filipe Nyusi
Filipe Nyusi

O Presidente de Moçambique reúne-se nesta quinta-feira, 15, com a directora-Geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) para tentar desbloquear o impasse entre as duas partes, depois da suspensão pelo FMI dos empréstimos na sequência da descoberta das chamadas “dívidas secretas”, contraídas por Maputo.

O FMI solicitou uma auditoria da dívida de Moçambique antes de retomar os empréstimos, o que o Governo de Nyusi tem vindo a negar, pelo menos até que uma investigação interna seja feita.

A dívida de Moçambique ronda os 86 por cento da sua economia e cresceu 144 por cento entre 2010 e 2014.

"Estas são reuniões de emergência num momento de crise", cometou Eric LeCompte, director executivo da coligação religiosa Jubilee EUA , acerca dos encontros de Nyusi na capital americana.

LeCompte trabalha com grupos de peritos da ONU que incidem sobre a dívida soberana, que têm manifestado uma “grande preocupação de como essa situação pode impactar as pessoas que vivem num dos países mais pobres do mundo”.

Para LeCompte, "as auditorias são importantes ferramentas de prestação de contas do Governo aos cidadãos", e, por isso, defendeu uma melhor regulação do sistema financeiro global.

Segundo as Nações Unidas, Moçambique é o nono país mais pobre do mundo, com metade da população na pobreza.

O Estado moçambicano pagou aproximadamente 169 milhões de dólares em serviço da dívida em 2014, mais do que o triplo do que pagou em 2011.

De acordo com a pesquisa da Global Financial Integrity, o país perde uma média anual de 243 milhões de dólares devido ao crime, corrupção e evasão fiscal.

Não há ainda qualquer informação sobre a reunião entre o Presidente Filipe Nyusi e a líder do FMI Christine Lagarde.

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