Os familiares do antigo secretário-geral do Sindicato Nacional de Professores e Trabalhadores do Ensino não Universitário (Sinptenu), Lazarino Santos, assassinado no mês de maio em Luanda por supostos agentes da polícia, dizem continuar à espera de uma explicação sobre quem o matou.
Daniel Santos, irmão mais novo de Lazarino Santos, diz não entender como é que, em 24 horas, foi esclarecida a morte do comandante da esquadra da Polícia Nacional (PN) de Boa Fé, enquanto, quase dois meses depois, não há qualquer informação acerca do assassinato do seu irmão, para o qual a família pede justiça.
O sindicalista foi morto a 25 de maio quand ele e mais seis vizinhos falavam no bairro Dangeareaux, no município do Talatona, em Luanda.
O irmão Manuel Santos disse à VOA na altura que, minutos depois, escutou-se o manipular de uma arma, cinco dos presentes colocaram-se em fuga, ouviu-se a ordem de abrir fogo e Lazarino Santos e Álvaro Estevão acabaram por ser atingidos mortalmente.
Na ocasião, o porta-voz das forças de segurança Waldemar José afirmou que a PN tomaria medidas se fosse provado que foram agentes da instituição que assassinaram o professor e sindicalista.
Até agora, não houve qualquer informação sobre o caso.
“Não sei se aqui a lei é só para os ricos, então a morte do comandante em menos de 24 horas foi esclarecida e por que é que do meu irmão, não?” questiona Santos, quem lembra que o irmão era o pilar da família e que os país não param de pedir justiça.
“Nós só queremos justiça, o Lazarino ajudava muito os país, e até agora os pais não param de perguntar ´como está o processo do vosso irmão`, nós temos que inventar mentiras porque são um casal de idosos”, conta.
Entretanto, a VOA questionou um especialista ligado ao Serviço de Investigação Criminal (SIC), que pediu o anonimato, sobre as razões de, em menos de 24 horas, a PN ter conseguido esclarecer e apresentar os assassinos do comandante da Esquadra da Boa Fé, em Luanda e não consegue esclarecer a morte dos professores Mfulupinga Lando Víctor e Lazarino dos Santos.
A fonte respondeu que a questão do fundo está na natureza do assassinato.
“Nem todos os crimes são esclarecidos”, respondeu.