Familiares de dirigentes políticos e militares guineenses assassinados em 2009 enviaram uma carta ao Procurador-geral da República a pedir que o antigo primeiro-ministro e ex-presidente do PAIGC, Carlos Gomes Júnior, seja levado à justiça pelos crimes cometidos enquanto era chefe do Governo.
Os familiares do antigo Presidente 'Nino' Vieira, do ex-chefe das Forças Armadas Tagme Na Waié e dos ex-governantes Hélder Proença, Baciro Dabó e Roberto Cacheu acusam Gomes Júnior de ter as “mãos sujas desangue” e escrevem que os mortos "precisam que lhes seja feita justiça
"Carlos Gomes Júnior é um homem de mãos sujas de sangue do general João Bernardo 'Nino' Vieira, general Tagme Na Waié, major Baciro Dabó, Helder Proença, e Roberto Ferreira Cacheu", lê-se na carta a que a VOA teve acesso e na qual os familiares daqueles dirigentes afirmam não ser contra o regresso do antigo primeiro-ministro, mas apenas “querem justiça”.
A reacção acontece um dia depois de “Cadogo”, como é popularmente conhecido ter regressado a Bissau, depois de cinco anos em Portugal, onde se exilou após o golpe militar de Abril de 2012 que o afastou do Governo e impediu a sua candidatura à Presidência da Guiné-Bissau.
Os familiares das alegadas vítimas do antigo presidente do PAIGC acusam-no ainda na carta de ter fugido da justiça em Portugal, ao decidir residir em Cabo Verde, durante alguma tempo, depois de carta rogatória do Ministério Público guineense enviada à justiça portuguesa, no intuito de o inquerir sobre os assassínios em Bissau.
“Cadogo” já reagiu dizendo estar de consciência tranquila e disponível para responder a qualquer processo contra ele.
Carlos Gomes Júnior fez esta declaração à saída de um encontro com o Presidente da República, José Mário Vaz, nesta sexta-feira, 19.