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Famílias no Lubango dizem passar fome e pedem intervenção do Governo


Angola Huíla agricultura camponeses
Angola Huíla agricultura camponeses

Os gritos de socorro das famílias sucedem-se numa altura em que está em curso o chamado Programa Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza, concebido pelo Governo angolano para mitigar a pobreza extrema nas camadas mais vulneráveis.

Famílias no município do Lubango, na província angolana da Huíla dizem ter que fazer pela vida para ter o básico para comer devido às dificuldades sociais básicas por que estão a passar e apelam às autoridades a fazerem mais para tirá-las da miséria.

A falta de emprego, na maioria das vezes o emprego precário, agravado com o custo de vida está a levar famílias a viverem dias difíceis que se veem sem capacidade para garantir as três refeições diárias.

No interior do bairro da Lalula, Pedro Intya, pai de seis filhos, empregado numa empresa privada de segurança, mas que com a esposa fazem pela vida para sobreviver, diz que ter três refeições diárias é um luxo e cada vez mais difícil.

“Desde manhã não passei nada na minha boca, em casa não tem, um pai de seis filhos, como é possível isto?", pergunta Intya, acrescentando que "a minha senhora faz qualquer coisa, ela fabrica caporroto (tipo de bebida fermentada de fabrico caseiro) é que nos aguenta para termos pelo menos uma refeição por dia”.

Para Maria, mãe de quatro filhos, é muito difícil sustentar a família com o negócio precário que tem.

“Estamos a sofrer por falta de alimentação, É preciso que o Governo faça alguma coisa, porque nós estamos a passar mesmo mal”, conta.

Por sua vez, a cidadã Catarina apela ao Executivo que tome medidas para fazer face ao custo de vida que começa a atingir novamente momentos críticos.

“Não vejo como vamos viver o sofrimento é demais. Então o Governo tem que resolver isto. As coisas estão a subir, o óleo já tinha descido, mas agora está a subir. As coisas estão mal, o Governo tem que ver bem isso!”, pede.

Os gritos de socorro das famílias no Lubango por causa da fome sucedem-se numa altura em que está em curso o chamado Programa Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza (PIDLCP), concebido pelo Governo para mitigar a pobreza extrema nas camadas mais vulneráveis.

Tutelado pelo Ministério da Acção Social e Promoção da Mulher, o programa que contempla vários eixos no sector social desde a saúde e educação, agricultura, apoio aos ex-militares, destina, através do Ministério das Finanças, aos 164 municípios do país 300 milhões de kwanzas anuais, numa perspectiva de 25 milhões de kwanzas por mês.

O programa esteve recentemente em avaliação na Huíla, num encontro que juntou a ministra da Acção Social e Promoção da Mulher e os administradores municipais locais que no geral apelaram para o aumento das verbas.

Ana Paula Neto disse que o Governo está a avaliar o alcance do programa.

“Precisamos saber se estamos a retirar as pessoas da vulnerabilidade em que se encontram ou não e que acompanhamento é que se faz a estas pessoas”, afirmou Neto.

Uma fonte do Ministério das Finanças que atribui e fiscaliza os gastos disse à Voz da América que o PIDLCP deverá sofrer nos próximos meses uma alteração, com a atribuição dos fundos a obedecer a discriminação positiva, ou seja, a cedência das verbas depender da realidade e dimensão de cada circunscrição municipal.

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