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Família angolana que viveu nove meses no aeroporto de Seul recebeu asilo político


Aeroporto de Seul
Aeroporto de Seul

Uma família angolana que esteve retida nove meses no aeroporto da capital sul-coreana Seul recebeu finalmente asilo político no país.

Entidades oficiais citadas pelo jornal Korea Herald disseram que a autoridades decidiram conceder asilo político à família devido à possibilidade de perseguição se regressassem a Angola.

O Conselho para os Refugiados da Coreia do Sul pôs assim termo a uma longa espera de Nkuka Lulendo e a sua família que estiveram no cabeçalho de jornais da Coreia do Sul em 2019 depois de ter sido revelado que a família estava retida no aeroporto há nove meses por lhes ter sido recusada entrada no país e não terem nenhum país para onde irem.

Nkuka Lulendo, a sua mulher e quatro filhos chegaram ao aeroporto de Incheon a 28 de Dezembro de 2018 com vistos de turistas onde de imediato pediram asilo político.

A família angolana argumentou que era alvo de perseguição devido ao facto de terem raízes congolesas.

Nkuka Lulendo disse ter sido preso e torturado depois de ter estado envolvido num acidente de viação com um carro da polícia e acrescentou que a sua mulher tinha também sido violentada sexualmente.

No dia 9 de Janeiro de 2019 poucos dias depois de ter chegado a Seul, o departamento de imigração no aeroporto de Incheon determinou que a família “não tinha claramente razões para reivindicar estatuto de refugiados”, acrescentando haver “a possibilidade” da família estar a tentar obter estatuto de refugiado “por puras razões económicas”.

A família recusou, no entanto, ser repatriada, afirmando que poderiam ser mortos no seu regresso e começaram então a viver no na sala de trânsito do aeroporto.

O caso da família Lulendo provocou protestos incluindo por parte de uma organização sul-coreana de apoio a refugiados.

Com o apoio de um advogado sul coreano o caso foi levado a tribunal que em primeira instância apoiou a decisão dos serviços de imigração. Um tribunal de apelação, contudo concedeu o direito da família pedir formalmente asilo no país.

O Conselho para os Refugiados disse agora que “a possibilidade de serem alvo de perseguição pelo governo do seu país tornou-se muito substancial devido às notícias nos meios de informação sobre a sua estadia na Coreia”.

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