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Exploração de ouro e ocupação de campos agrícolas geram protesto de camponeses no Huambo


As comunidades apontam o dedo a empresas chinesas contratadas pelo Governo, em conluio com as Forças Armadas e a Polícia Nacional

Centenas de famílias camponesas na localidade de Samboto, no município de Tchika Tcholohanga, na província angolana do Huambo, queixam-se da invasão dos seus campos por parte de uma empresa chinesa contratada pelo Governo.

Disputa de terras no Huambo com empresa chinesa – 1:23
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Elas acusam as Forças Armadas Angolanas (FAA) e a Polícia Nacional (PN) de conluio com a empresa ao expulsá-los das suas terras.

O camponês Avelino Calute diz que o cenário surgiu há quase dois anos, após a descoberta de pedras preciosas na localidade.

Ele conta que, inicialmente, a empresa Ferrangol prometeu ajudar as comunidades e negociar, mas que no final acabou apenas por invadir os campos com ajuda das Forças Armadas Angolanas.

"Estão a explorar ouro, nem a escola e hospital que disseram que poderiam colocar, nada foi feito. Estragaram as nossas lavras e precisamos de trabalho ao lado para recuperar os estragos", sublinha Calute.

Joaquim Molossande, outro camponês, fala em cumplicidade das autoridades tradicionais e descreve as consequências dessa situação, sobretudo o agravar da fome e da pobreza.

"O que está em causa é o chinês mandar a Polícia correr com as pessoas, a vida aqui está péssima, desde crianças, mulheres aproveitam ali o seu pão. O chinês orienta a Polícia e as Forças Armadas a darem corrida à população", acusa.

A comunidade diz ter procurado várias vezes uma explicação das autoridades governamentais, mas tudo não passa de promessas.

"Nos disseram que esta situação poderia ser levada à mesa de trabalho do Presidente da República, mas até ao presente data nada foi feito", revela Molossande.

A VOA procurou ouvir administração local e o Governo Central, mas não obteve qualquer reacção.

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