O Senado americano, de maioria democrata, deve votar em breve o pacote que aumenta o tecto da dívida do país, depois de a Câmara dos Representantes, de maioria republicana, ter aprovado nesta quarta-feira, 31, o pacote que, no entanto, limita alguns gastos do Governo.
O líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, e o líder da minoria, Mitch McConnell, disseram esperar votar o pacote e enviá-lo ao Presidente Joe Biden para assinatura antes do dia 5, data a partir da qual, segundo o Departamento do Tesouro, os Estados Unidos entrariam um incumprimento por falta de dinheiro.
Na Câmara dos Representantes, a legislação foi aprovada por 314 votos contra 117, apesar das objecções de republicanos, que disseram que o pacote não foi longe o suficiente no corte de gastos, enquanto dos democratas queixaram-se de que houve cortes a mais.
Após a aprovação do documento, o Presidente Joe Biden classificou o acordo de um "compromisso bipartidário".
“Ele protege as principais prioridades e realizações dos últimos dois anos, incluindo investimentos históricos que estão a criar bons empregos em todo o país e honra o meu compromisso de proteger os cuidados de saúde dos americanos e proteger a Segurança Social. Ele protege programas fundamentais com os quais milhões de famílias trabalhadoras, estudantes e veteranos contam”, acrescentou.
O acordo de limite de dívida está garantido, mas o défice orçamental ainda apresenta um desafio de várias décadas.
O presidente da Câmara Kevin McCarthy disse aos jornalistas que a aprovação do projecto “não foi uma luta fácil”.
“Colocamos os cidadãos da América em primeiro lugar e não o fizemos pelo caminho mais fácil, não fizemos isso da mesma forma que as pessoas faziam no passado, apenas aumentando (o tecto), decidimos que há que gastar menos e atingimos esse objectivo", sublinhou o republicano.
O projecto de lei que está agora no Senado inclui a renúncia ao limite de empréstimos existente até Janeiro de 2025 e um acordo orçamental de dois anos que mantém os gastos federais estáveis em 2024 e os aumenta em 1% em 2025.
A medida não aumenta impostos, nem vai evitar que a dívida nacional continue a subir, eventualmente em 3 trilhões de dólares ou mais nos próximos 18 meses.
Outros aspectos da legislação abordam uma redução no número de novos agentes contratados pela agência de arrecadação de impostos do país, a devolução pelos Estados ao Governo federal de 30 mil milhões de dólares em assistência não usada durante a pandemia da Covid-19 e o alargamento de 50 a 54 anos de idade para as pessoas trabalharem e poder receber ajuda alimentar.
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