Os Estados Unidos devem retornar ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Janeiro, revertendo a retirada do antigo governo Trump do polémico órgão em 2018.
"Os Estados Unidos estão prontos para trabalhar com parceiros e aliados para ajudar a liderar o mundo em direcção a um futuro mais pacífico e próspero, baseado no respeito pela dignidade humana", disse o presidente dos EUA, Joe Biden, em comunicado após a votação.
"Juntos, vamos lutar pelos direitos de todos, incluindo mulheres e raparigas, membros de comunidades LGBTQI +, membros de minorias étnicas e religiosas, pessoas que vivem com deficiências e membros de outros grupos marginalizados."
Denunciar violações
Washington obteve 168 votos, muito mais do que a maioria simples de 97 necessários. Apenas a Eritreia, com 144 votos, teve uma posição inferior entre os 18 países eleitos para o conselho.
A enviada dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, disse que o feito cumpre a promessa de campanha de Biden de se reunir ao órgão para garantir que ele cumpra o seu mandato.
"Usaremos todas as ferramentas à nossa disposição, desde a introdução de resoluções e emendas até o uso do nosso voto quando necessário", disse ela. "Os nossos objectivos são claros: estar com os defensores dos direitos humanos e denunciar as violações e abusos dos direitos humanos."
Resistência política
Uma das principais críticas do Conselho de Direitos Humanos é que alguns desses violadores de direitos são membros do órgão, o que o Secretário de Estado, Antony Blinken, reconheceu.
"O conselho oferece um fórum onde podemos ter discussões abertas sobre formas como nós e nossos parceiros podemos melhorar", disse Blinken. "Ao mesmo tempo, também tem falhas graves, incluindo a atenção desproporcional a Israel e à adesão de vários estados com um histórico flagrante de direitos humanos."
Blinken disse que os Estados devem abandonar as tentativas de "subverter os ideais sobre os quais o Conselho de Direitos Humanos foi fundado".
Internamente, a decisão do Governo de voltar ao conselho gerou resistência política.
"Os Estados Unidos não deveriam emprestar a sua legitimidade a um órgão que inclui perpetradores de abusos de direitos humanos, como China, Venezuela e Cuba", disse o republicano Jim Risch, membro sénior do Comité de Relações Exteriores do Senado.
"Além disso, o conselho continua a gastar desproporcionalmente a maior parte do seu tempo e atenção perseguindo o nosso aliado, Israel," disse o senador.
O foco do conselho no tratamento de Israel aos palestinos foi um dos principais motivos pelos quais o governo Trump se retirou em 2018.
Os novos membros do Conselho são: Benin, Gâmbia, Camarões, Somália e Eritreia (África); Índia, Cazaquistão, Malásia, Qatar e Emirados Árabes Unidos (Ásia-Pacífico); Lituânia e Montenegro (Europa Oriental); Paraguai, Argentina e Honduras (América Latina e Caraíbas; Finlândia, Luxemburgo e Estados Unidos (Europa Ocidental e Outros)
Eles tomarão posse a 1 de Eaneiro, e por três anos.