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EUA restringem vistos a russos e crimeios que ameaçarem a Ucrânia


Casa Branca anunciou hoje a assinatura de uma ordem executiva pelo presidente Obama autorizando sanções contra aqueles que minarem os processos democráticos na Ucrânia.

Os Estados Unidos estão a impor restrições de vistos de entrada a cidadãos russos e da Crimeia que consideram representar uma ameaça para a Ucrânia.

Além disso, a Casa Branca anunciou hoje que o presidente Barack Obama assinou uma ordem executiva autorizando sanções contra grupos e indivíduos “responsáveis por acções que minem os processos democráticos ou a instituições na Ucrânia.”

O anúncio da Casa da Branca diz que a ordem do presidente Obama tem como alvo os dirigentes que usaram indevidamente bens da Ucrânia ou aqueles que tentaram usar os poderes executivos sem a autorização do novo governo de Kiev.

Esta medida do governo americano vem somar a decisão da União Europeia tomada ontem, 5, de congelar os bens de 18 dirigentes ucranianos no velho continente.

Entretanto, a assinatura do acordo comercial entre a Ucrânia e a União Europeia e que esteve na base do derrube do presidente Viktor Yanukivych, que recusou a assiná-lo por causa das fortes relações com a Rússia, poderá ser adiada para depois das eleições de Maio.

O novo ministro da economia ucraniano Pavlo Sheremeta reconheceu durante uma conferência de imprensa em Kiev que esse acordo com a Europa vai ser adiado por vários meses.

“Uma das questões mais óbvias é a data para a sua assinatura. Temos que entender que é uma via de dois sentidos. Sabemos que há algumas posições expressas por algumas pessoas na Europa, segundo a qual é mais apropriado que seja o presidente eleito a assinar o acordo”, disse Sheremeta.

O famoso acordo de associação económica com a União Europeia esteve no centro dos protestos contra o deposto presidente Viktor Yanukovych, com os manifestantes a saírem às ruas em Novembro quando o então presidente rejeitou assiná-lo, aparentemente devido a exigências da Rússia.

Há três dias, dirigentes da União Europeia disseram que já estavam prontos para assinar o acordo com a Ucrânia, assim que o país tiver eleito os seus novos líderes.

O adiamento está no entanto a causar desânimos entre membros do parlamento ucraniano que estiveram à frente dos protestos contra o então presidente Yanukovych na Praça da Independência.

Os mesmos receiam que a suspensão do processo tenha mais a ver com os esforços diplomáticos em curso para tentar encontrar uma solução ao braço-de.ferro na Crimeia, onde as forças russas continuam a consolidar a sua presença militar, de acordo com observadores independentes.

A deputada ucraniana e activista dos direitos humanos Lesya Orobets acredita que qualquer adiamento da assinatura arrisca a minar o apoio popular ao acordo de associação e irá alimentar rumores de falta de determinação da União Europeia em se assumir contra a Rússia na confrontação em torno da Crimeia.

Por seu lado, o ministro ucraniano da economia, Pavlo Sheremeta diz que a sua prioridade de momento tem sido assegurar a liquidez nos bancos do país e negociar empréstimos com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional, e adianta que o adiamento do acordo de associação económica não causará nenhum constrangimento.

Entretanto os activistas pró-Europeus que continuam acampados na Praça da Independência em Kiev já insatisfeitos com a declaração do primeiro-ministro inglês David Cameron que rejeitou a ideia de excluir a Rússia dos mercados financeiros de Londres, começam a questionar se é de facto justificado o adiamento da assinatura do acordo entre a Europa e a Ucrânia.
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