A Comissão Eleitoral da Etiópia anunciou nesta sexta-feira, 25, eleições legislativas e regionais para o dia 5 de junho.
A campanha vai decorrer de 15 de fevereiro a 31 de maio e os resultados serão divulgados entre 6 e 28 de junho.
As eleições estão marcadas para agosto, mas foram adiadas devido à pandemia da Covid-19.
Entretanto o adiamento das eleições esteve na origem de críticas de vários sectores que viram na decisão uma tentativa de afastar adversários com um forte viés tribal.
Protestos irromperam pelo país e deixaram vários mortes.
O partido no poder, a Frente Democrática Revolucionária do Povo Etíope (EPRDF), que controla todos os lugares no Parlamento, prometeu realizar eleições credíveis, nas quais o actual primeiro-ministro será o candidato à liderança do Governo.
Ao assumir o poder em abril de 2018, Abiy Ahmed, 44 realizou importantes reformas na Etiópia, entre elas o fim do estado de emergência, amnistiou milhares de presos políticos, legalizou os partidos da oposição e comprometeu-se a realizar eleições.
Um dos pontos altos da sua investida foi a estabilização das relações com a Eritreia, o que value o Prémio Nobel da Paz de 2019.
Entretanto, a campanha militar lançada a 4 de novembro contra a Frente Popular de Libertação do Tigray (FPLT), que governava a região no norte do país, tem provocado críticas de muitos sectores que consideram que a investida tem uma base tribal.
A guerra, que ele declarou ganha recentemente, causou centenas de mortos e levou quase 60 mil pessoas a fugirem para o Sudão à procura de refúgio.