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São Tomé e Principe assiste a uma grande fuga de quadros para o exterior 


Cidade de São Tomé, São Tomé e Príncipe
Cidade de São Tomé, São Tomé e Príncipe

Estudo revela que 80 por cento dos de jovens quadros e estudantes querem deixar o país

Baixos salaries e más condições de trabalho nos hospitais e centos de saúde em São Tomé e Príncipe estão na origem da fuga de técnicos do sector do país, uma situação que levou o Governo a recorrer a aposentados.

O Executivo receia cenários semelhantes noutros sectores da administração pública, quando um estudo revela que 80 por cento de jovens quadros e estudantes querem deixar o país.

O ministro da Saúde, Trabalho e Assuntos Sociais receia que a situação possa agudizar-se nos próximos meses devido à falta de incentivos para segurar os técnicos.

“Desde que as autoridades portuguesas aprovaram a liberalização de vistos de entrada no seu território que muitos profissionais começaram a sair, pondo em causa os serviços”, diz Celsio Junqueira, quem sublinha que para já a solução encontrada foi a contratação de profissionais reformados.

Baixos salários e as más condições de trabalho nos hospitais e centros de saúde estão na origem dessa fuga de profissionais.

“Nós, os técnicos, enfrentamos situações muitos difíceis. Quando não há energia temos que atender pacientes com vela ou com luz de telemóvel”, afirma um enfermeiro do Centro de Saúde de Guadalupe que pediu anonimato.

Outro profissional que também não quis ser identificado lamenta a falta de gasóleo para deslocar a ambulância.

“Muitas vezes são os familiares que têm que comprar combustível para nós levarmos o paciente para hospital ou outro centro, quando a situação exige”, revela.

Um estudo realizado recentemente pelo Conselho Nacional da Juventude (CNJ) concluiu que cerca de 80 por cento de jovens quadros e estudantes do ensino pré-universitário pretendem deixar o país em busca de melhores condições de vida e formação.

“Os jovens querem deixar o país a qualquer custo. Não importa a situação que vão encontrar no destino. É o que concluímos no estudo que realizamos” disse Laudino Tavares, secretário-geral do CNJ.

O primeiro-ministro reconhece que” por este andar o país não terá futuro”.

“Se a maioria da população é jovem e 78 por cento deles pretendem abandonar o país, então há de chegar altura que já não teremos pessoas para trabalhar”, afirma Patrice Trovoada, reconhecendo ser preciso adoptar políticas para que os jovens encontrem o seu futuro no país.

A criação do visto da CPLP, que facilita a entrada e o titulo de residência no território português abriu caminho para a emigração em massa de jovens quadros são-tomenses.

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