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Cabo Delgado: Atuação de insurgentes sugere maior aproximação com grupos terroristas internacionais


Ataques podem exacerbar crise humanitária e comprometer investimento estrangeiro
Ataques podem exacerbar crise humanitária e comprometer investimento estrangeiro

As táticas, técnicas e procedimentos recentemente aplicados pelos insurgentes que atuam em Cabo Delgado podem ser uma indicação de maior aproximação com grupos terroristas internacionais, diz uma análise da Babel Street, uma organização americana de pesquisa.

A organização cita o exemplo de “relatos de bandeiras do Estado Islâmico ser içadas (pelos insurgentes) durante ataques, número crescente de decapitações e o sequestro de meninas no modelo de Boko Haram, da Nigéria”.

No último ataque reportado, sobreviventes disseram que os insurgentes raptaram mulheres, em Mocímboa da Praia.

Na mesma ocasião, os insurgentes emboscaram uma viatura da empresa Fenix Construction e mataram oito dos seus trabalhadores, no que foi o primeiro incidente conhecido atingindo empresas com operações associadas aos projetos de gás em Palma.

Na referida análise sobre a atuação, a Babel Street faz menção aos ataques de insurgentes contra as forças de defesa e empresas de segurança contratadas por Moçambique, incluindo o abate de uma aeronave reivindicado pelo Estado Islâmico e a captura de um veículo blindado.

Acrescido a isso, os insurgentes, diz a Babel Street, começaram a integrar engenhos telecomandados nas suas operações, “uma tática usada pelo Estado Islâmico na Síria e Iraque”.

A nota de análise da Babel Street sublinha que mesmo näo sendo conhecida uma transferência de conhecimento direta entre os grupos, as novas táticas “são um forte indicador de apoio internacional e crescente maturidade do grupo”, que faz ataques em Cabo Delgado.

O presente cenário de atuação de insurgentes em Cabo Delgado, conclui a análise, pode exacerbar a crise humanitária e comprometer o investimento estrangeiro na região.

O grupo que faz ataques em Moçambique, desde 2017, tem segundo o Governo moçambicano ligações com o Estado Islâmico.

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