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“Estou trancado numa zona em que vou fazendo esta guerra cívica”, diz activista Gangsta procurado pelas autoridades angolanas


Nelson Adelino Dembo, “Gangsta", activista angolano
Nelson Adelino Dembo, “Gangsta", activista angolano

“Se tiver que morrer, isso é normal, pelo menos, dei a minha opinião sobre o país, quem não vai morrer? É caminho de todos ou o João Lourenço vai viver para sempre?”, questiona o activista, para quem “o maior inimigo do MPLA é a unidade do povo".

As autoridades angolanas confirmam a emissão de um mandado de captura contra o activista Nelson Adelino Dembo, mais conhecido por Gangsta, por desobediência, supostamente por não ter comparecido para assinar o Termo de Identidade e Residência, medida cautelar aplicada pelo Ministério Público no processo aberto contra o activista por criticar o Executivo de João Lourenço.

Em entrevista à Voz da América, na quinta-feira, 20, Gangsta afirma estar trancado numa zona onde vai continuar a guerra cívica contra o Executivo angolano.

É um verdadeiro teste à capacidade dos órgãos de segurança do país para descobrir o paradeiro de um cidadão que diz estar algures no território nacional.


“Estou trancado numa zona em que eu vou fazendo esta guerra cívica, até acharmos que temos que chegar a um ponto de entendimento, mas, por enquanto, eu vou continuar dentro do meu bunker a fazer o meu barulho”, afirma Gangsta que diz não considerar João Lourenço Presidente eleito.

Para aquele activista, enquanto continuarem as perseguições a sua acção cívica vai continuar.

“Quando a gente fala de entendimento, não me procurem, se vocês me procurem, vou continuar a bater no João Lourenço", afirma.

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Questionado por quanto tempo mais se manterá foragido, o activista diz que o processo tem sido desgastante, mas não tem medo que algo de mal lhe aconteça.

“Vivo muito mal por acaso, primeiro é que do ponto de vista psicológico fico descaído, mas graças a Deus estou bem, porque sinto que pessoas muito fortes, pessoas próximas, amigos, famílias estão sempre comigo”,afirma Gangsta.

“Se tiver que morrer, isso é normal, pelo menos, dei a minha opinião sobre o país, quem não vai morrer? É caminho de todos ou o João Lourenço vai viver para sempre?”, questiona o activista, para quem “omaior inimigo do MPLA é a unidade do povo".

Sem detalhar a modalidade, o activista convocou um protesto para o próximo dia 1 de Maio, após organizar "No Dia 31 Fica em Casa" e "Bater tampas e panelas no dia 4 de Abril".

Fontes do Serviço de Investigação Criminal confirmaram à Voz da América que o activista está a ser procurado, há mais de três meses, por desobediência.

A Voz da América contactou o Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Ministério do Interior e da Procuradoria Geral da República, mas não obteve qualquer resposta.

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