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Estados Unidos suspendem participação em tratado nuclear com a Rússia


Mike Pompeo diz que saída definitiva será em seis meses
Mike Pompeo diz que saída definitiva será em seis meses

Os Estados Unidos suspendem amanhã, 2, a sua participação no Tratado Sobre as Armas Nucleares de Alcance Intermédio (INF), assinado com a Rússia em 1987.

A decisão foi confirmada nesta sexta-feira, 1, pelo secretário de Estado americano, Mike Pompeo, em Washington, adiantando que a saída definitiva acontecerá dentro de seis meses por alegada violação do pacto por Moscovo.

A Rússia nega qualquer violação do tratado, que proíbe que Washington e Moscovo instalem mísseis terrestres de curto e médio alcance na Europa.

"A Rússia violou por anos, sem escrúpulos, o tratado de armas nucleares e não mostrou nenhum compromisso sério de respeitá-lo", disse Pompeo a jornalistas, acrescentando ser “nossa responsabilidade responder de forma apropriada”.

Antes da formalização da saída por Pompeo, anunciada há meses pelo Presidente Donald Trump, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia criticou a posição de Washington.

"Consideramos que este tratado é necessário. É no interesse da nossa segurança, da segurança europeia. Seria extremamente irresponsável prejudica-lo por acções unilaterais", advertiu Serguei Riabkov.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, acrescentou que a Rússia espera receber a partir de hoje "uma notificação por parte dos Estados Unidos" sobre o futuro do tratado.

Divergências e negociações falhadas

A Administração americana tem acusado a Rússia há muito de violar o tratado, apresentando como exemplo o novo míssil russo Novator 9M729, chamado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de SSC-8.

Para Washington, o míssil viola o pacto, que proíbe os dois lados de instalarem mísseis terrestres de alcance curto e intermediário na Europa.

A Rússia nega, dizendo que o alcance do míssil o exclui do tratado, acusando os Estados Unidos de inventarem um pretexto para se desligarem de um acordo que Washington quer abandonar de todo modo para desenvolver novos mísseis e rejeitando a exigência norte-americana de destruir o novo míssil.

Na quinta-feira, 31, a subsecretária de Estado para o Controlo de Armas e a Segurança Internacional, Andrea Thompson, realizou as últimas conversas com o vice-ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Ryabkov, em Pequim, antes do fim do prazo de 60 dias dado por Washington para Moscovo voltar a respeitar o tratado.

Thompson e Ryabkov disseram mais tarde que os dois países não conseguiram conciliar as diferenças.

A governante americana adiantou que Washington, ao deixar o tratado, permite aos militares de seu país começarem a desenvolver imediatamente seus próprios mísseis de alcance maior, se quiserem fazê-lo, aumentando a possibilidade de eles serem instalados em solo europeu.

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