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Estados Unidos saem oficialmente do tratado Céus Abertos


Washington justifica saída com violações da Rússia

Os Estados Unidos retiraram-se formalmente neste domingo, 22, do tratado Céus Abertos, um acordo de controlo e verificação de armas que existe há 18 anos e que Washington repetidamente acusou Moscovo de violar.

O Departamento de Estado dos EUA oficializou a decisão e o Conselho de Segurança Nacional confirmou a retirada numa nota em que reiterou que "a Rússia violou flagrantemente [o tratado] durante anos".

"A saída dos Estados Unidos entrou em vigor em 22 de novembro de 2020, e os Estados Unidos não são mais um Estado parte do tratado Céus Abertos", anunciou o Departamento de Estado.

O conselheiro de segurança nacional Robert O'Brien disse que a medida faz parte de um esforço para "colocar os Estados Unidos em primeiro lugar, retirando-nos de tratados e acordos desatualizados que beneficiaram os nossos adversários às custas da nossa segurança nacional".

A 21 de maio, o secretário de Estado americano Mike Pompeo anunciou a intenção dos EUA de se retirar e notificou os demais 34 membros países signatários do acordo.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia condenou a decisão.

“Washington fez a sua jogada. Nem a segurança europeia nem a segurança dos Estados Unidos e dos seus próprios aliados se beneficiaram com isso. Agora, muitos no Ocidente estão se perguntando qual será a recação da Rússia. A resposta é simples: emos enfatizado repetidamente que todas as opções estão aberta”, lê-se no comunicado divulgado neste domingo.

Assinado em 1992, o tratado, que entrou em vigor em 2002, permite aos 34 membros realizarem voos de observação e vigilância desarmados sobre os territórios dos demais países para recolher dados sobre as forças e actividades militares.

Mais de 1.500 voos foram realizados até agora,

Ao justificar a decisão em maio, o secretário de Estado MikePompeo revelou que as violações russas incluíam restrições aos voos próximos às regiões separatistas da Geórgia, ao longo da fronteira sul da Rússia, e limites à duração dos voos sobre o enclave russo de Kaliningrado.

Especialistas em controlo de armas disseram que, embora algumas das reclamações dos Estados Unidos tenham mérito, outras são enganosas.

Eles acrescentam que as agências militares e de inteligência dos EUA perderão uma importante fonte de informação ao se retiraram do acordo que é apoiado pelos pareceiros da NATO.

“Os aliados da NATO apoiam o tratado - que se concentra principalmente em aumentar a segurança europeia - e desejam que os Estados Unidos continuem a fazer parta dele ”, disse Steven Pifer, ex-embaixador e especialista em controlo de armas, num comentário publicado na semana passada.

Desconhece-se, por agora, o posicionamento do Presidente projectado Joe Biden, após a posse dele a 20 de janeiro.

Em maio, Joe Biden disse: Em vez de rasgar os tratados que tornam a nós e aos nossos aliados mais seguros, o Presidente Trump ... deve permanecer no Tratado de Céus Abertos e trabalhar com os aliados para enfrentar e resolver problemas relacionados aos incumprimentos da Rússia”.

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