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Estados Unidos impõem sanções ao Presidente do Zimbabwe e outros dirigentes do país


Emmerson Mnangagwa, Presidente do Zimbabwe, Hararé, 4 setembro 2023.
Emmerson Mnangagwa, Presidente do Zimbabwe, Hararé, 4 setembro 2023.

Os Estados Unidos impuseram nesta segunda-feira, 4, sanções contra o Presidente do Zimbabwe e 12 pessoas pelo seu envolvimento em corrupção ou graves violações dos direitos humanos.

Além de Emmerson Mnanagagua, integram a lista o vice-presidente Constantino Chiwenga, o brigadeiro-general Walter Tapfumaneyi e o empresário Kudakwashe Tagwirei, ao abrigo da lei de responsabilização em direitos humanos Global Magnitsky.

Num comunicado, a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional diz que "continuamos a testemunhar graves abusos dos direitos políticos, económicos e humanos", no Zimbabwe.

Adrienne Watshon afirma que "os ataques à sociedade civil e as severas restrições à atividade política sufocaram as liberdades fundamentais, enquanto os principais intervenientes, incluindo líderes governamentais, desviaram recursos públicos para ganhos pessoais. Estas atividades ilícitas apoiam e contribuem para uma rede criminosa global de suborno, contrabando e branqueamento de capitais que empobrece comunidades no Zimbabwe, na África Austral e noutras partes do mundo.

Os Estados Unidos estão a reorientar e a intensificar os seus esforços para responsabilizar os indivíduos e entidades responsáveis por esta exploração, ainda segundo a nota.

A porta-voz do Conselho de Segurança nacional afirma que as ações para retirar o programa de sanções anterior e impor sanções aos principais intervenientes no âmbito do programa de sanções Global Magnitsky fazem parte de um esforço contínuo para garantir que "estamos a promover a responsabilização por graves abusos dos direitos humanos e corrupção de uma forma direcionada e estratégica".

Por seu lado, o secretário de Estado considerou que as novas medidas faziam parte de uma "política de sanções mais forte e mais dirigida" e expressou sua preocupação com "casos graves de corrupção e abuso dos direitos humanos".

“Indivíduos-chave, incluindo membros do governo do Zimbabwe, são responsáveis por estas ações, incluindo o saque dos cofres do governo que rouba recursos públicos dos zimbabuenses”, sublinhou Antony Blinken, num comunicado.

“Vários casos de raptos, abusos físicos e assassinatos ilegais deixaram os cidadãos vivendo com medo”, acrescentou.

Mnangagwa, cujo partido está no poder há mais de quatro décadas, foi declarado vencedor de um novo mandato numa eleição realizada em Agosto que, segundo observadores internacionais, ficou aquém dos padrões democráticos.

Ele é o segundo líder consecutivo do Zimbabwe a enfrentar sanções dos Estados Unidos, depois do veterano Presidente Robert Mugabe.

As esperanças de um degelo surgiram brevemente depois que Mnangagwa "empurrou" Mugabe para fora do poder em 2017, mas as potências ocidentais e os grupos de defesa dos direitos humanos dizem que a nova liderança também reprimiu a oposição e os protestos.

Mais cedo, o Presidente Joe Biden, numa declaração, pos fim ao programa de sanções anterior ao Zimbabwe imposto em 2003 sob George W. Bush, que tinha defendido uma pressão global mais ampla de sanções ao país sob Mugabe.

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