A partir de 22 de Fevereiro cidadãos da Nigéria Birmânia, Eritreia, Quirguistão, Sudão e Tanzânia terão restrições no acesso a visto para os Estados Unidos, de acordo com um decreto presidencial assinado na sexta-feira, 31, pelo Presidente Trump.
A norma não impede os cidadãos daqueles países de entrarem nos Estados Unidos, mas restringe "certas categorias de vistos de imigração, especialmente para pessoas que querem estabelecer-se nos Estados Unidos, e não aquelas que só querem visitar" o país, disse o secretário do Departamento de Segurança Interna interino, Chad Wolf.
Os vistos temporários para turistas, empresários, estudantes e trabalhadores daqueles países não serão afetados, de acordo com o decreto presidencial que, entretanto, suspende a emissão de vistos que podem levar à residência permanente dos cidadãos da Eritreia, Quirguistão, Mianmar e Nigéria.
Também estão suspensos os chamados"vistos de diversidade", conhecida por lotaria de vistos, para cidadãos do Sudão e da Tanzânia, disse a proclamação.
Democratas criticam decreto
A decisão do Presidente, que no passado tomou medida semelhante contra cidadãos do Irão, Líbia, Somália, Síria, Iémen, Coreia do Norte e Venezuela, já é alvo de críticas nos Estados Unidos.
O deputado democrata pelo Estado do Colorado, filho de refugiados da Eritreia, Joe Neguse, disse que o decreto penaliza cidadãos de países parceiros africanos.
"Não é americano discriminar imigrantes apenas por causa de onde eles vêm ou como oram", sublinhou Neguse, lembrando que, durante a campanha eleitoral de 2016, Donald Trump propôs a proibição de entrada de muçulmanos no país.
A presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, criticou a proibição que classificou de “discriminação disfarçada de política" e disse que o seu partido vai apresentar, dentro de semanas, uma proposta de lei que proíbe a discriminação religiosa no sistema de imigração.
Nigéria reage
A organização de direitos civis União de Defesa das Liberdades Cívicas (ACLU) pediu o fim dessa política que considera "discrminatória".
"Três anos após o seu primeiro decreto antimuçulmano, que deveria ser temporário, a administração Trump confirmou a proibição e ampliou-a para incluir cidadãos de seis outros países", disse em comunicado.
Na Nigéria, o principal parceiro comercial dos Estados Unidos em África, o Presidente Muhammadu Buhari anunciou neste sábado, 1, a criação de um comité para tratar as questões que levaram à suspensão dos vistos de imigrantes para os Estados Unidos aos seus cidadãos.
O Governo da Tanzânia informou não ter sido notificado da decisão.