Os Estados Unidos e a União Europeia chegaram a um acordo que coloca fim a uma longa disputa sobre subsídios às companhias aéreas.
A Administração Biden vai suspender condicionalmente por cinco anos as tarifas à Europa que foram autorizadas pela Organização Mundial do Comércio para subsídios considerados injustos à Airbus, o maior fabricante de aviões e principal concorrente da americana Boeing.
“Esta reunião começou com um avanço em aviões”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no início das negociações formais nesta terça-feira, 15, com o Presidente dos EUA, Joe Biden, acrescentando que “isso realmente abre um novo capítulo no nosso relacionamento porque passamos do litígio para a cooperação em aeronaves após 17 anos de disputas”.
O acordo "resolve um problema comercial de longa data na relação EUA-Europa", afirmou a representante comercial dos EUA, Katherine Tai, em teleconferência.
“Em vez de lutar com um dos nossos aliados mais próximos, estamos finalmente unindo-nos contra uma ameaça comum. Concordamos em trabalhar juntos para desafiar e combater as práticas não mercantis da China neste sector de formas específicas que reflectem os nossos padrões de concorrência justa”, disse Tai, para quem o acordo “é um modelo que usaremos para superar outros desafios colocados pela China e pela concorrência económica fora do mercado”.
Braços abertos para Biden
Os líderes europeus manifestaram a sua alegria em receber Joe Biden que tem apostado num relacionamento diferente do existente durante a Presidência de Donald Trump, na qual tarifas, incluindo sobre vinho e queijos, foram aplicados aos aliados transatlânticos como castigo por não contribuírem o suficiente para a Nato.
"Tenho uma visão muito diferente da de meu antecessor", disse Biden enquanto se levantava para uma fotografia de família dentro do Edifício Europa com o presidente da Comissão Europeia, Von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
“A América está de volta ao cenário global”, comentou Michel, que disse ser “uma óptima notícia para os aliados, e também uma ótima notícia para o mundo”.
Von der Leyen disse a Biden que a sua viagem a Bruxelas “sendo feita tão cedo no seu mandato destaca o seu toque pessoal na UE e nós realmente apreciamos isso. Os últimos quatro anos não foram fáceis”.
Outras disputas
Por resolver está a disputa transatlântica sobre as tarifas de aço e alumínio.
A UE já havia decidido não aumentar as tarifas conforme planeado, esperar seis meses para trabalhar em conjunto na questão fundamental do excesso de produção e encontrar um caminho comum para enfrentar o desafio da China de dumping, subsídios e excesso de produção.
“Essas negociações e discussões estão em andamento. Eles foram muito construtivas e vão levar ainda algum tempo”, disse um alto funcionário dos EUA a repórteres.
Washington e Bruxelas também vão começar diálogos sobre “Rússia, questões cibernéticas e migração”, de acordo com a Casa Branca.