O Presidente do Ruanda, Paul Kagame, vai se candidatar a mais um mandato. Será o terceiro. Os Estados Unidos criticam a decisão anunciada semana passada, após um referendo, que dá a possibilidade de Kagame continuar no poder até o ano 2034.
O porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby, disse que os Estados Unidos estão decepcionados com a decisão de Paul Kagame, que desperdiça “uma histórica oportunidade para reforçar e solidificar as instituições democráticas que o povo do Ruanda batalhou para erguer em mais de 20 anos”.
Antes do referendo, Os Estados Unidos e a União Europeia haviam apelado a Kagame para não se recandidatar.
Kagame anunciou a sua decisão na televisão no dia 1 deste mês.
Na ocasião, ele disse que “pela importância e consideração dada ao assunto, apenas resta-me aceitar”.
No entanto, ele acrescentou que julga que o país pretende ter um presidente vitalicio e que não deseja coisa parecida.
No mês passado, o país aprovou a mudança da constituição que permite a recandidatura de Paul Kagame.
De imediato, Kagame agradeceu a alteração dos mandatos presidenciais, mas não indicou a sua intenção.
Tais mudanças dão a possibilidade a Kagame, cujo mandato termina em 2017, de concorrer para mais um mandato de sete anos, e dois de cinco anos cada. No total, poderá ficar no poder até 2034.
A mudança foi aprovada por 98 por cento de eleitores.
Kagame é presidente do Ruanda desde o ano 2000, mas dirige o país desde 1994, quando a sua Frente Patriótica, da etnia Tutsi, acabou com o genocídio perpetrado pelos extremistas da maioria Hutu.
Cerca de 800 mil pessoas foram massacradas nessa altura, a maioria da etnia Tutsi.