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Estados Unidos cortam campanhas de financiamento cibernético de grupos terroristas


Miliatantes do Hamas em protesto
Miliatantes do Hamas em protesto

A Administração americana apreendeu milhões de dólares e centenas de contas em moeda virtual usadas para canalizar dinheiro para a Al Qaeda, o Estado Islâmico e a ala militar do Hamas, anunciou o Departamento de Justiça nesta quinta-feira, 13.

A apreensão de mais de 300 contas de criptomoedas vinculadas aos três grupos foi a maior até agora e representa um corte nos métodos de arrecadação de fundos.

“Não deve surpreender ninguém que os nossos inimigos usem tecnologia moderna, plataformas das redes sociais e criptomoeda para facilitar as suas agendas malignas e violentas”, disse o Procurador-Geral William P. Barr em comunicado.

Ele reiterou que “o Departamento de Justiça empregará todos os recursos disponíveis para proteger a vida e a segurança dos americanos contra grupos terroristas”.

As contas apreendidas pertenciam aos três grupos terroristas, seus doadores não identificados e “transmissores de dinheiro” que operam em casas de câmbio virtuais em todo o mundo.

Mais de 150 das contas foram usadas na arrecadação de fundos realizada pelas Brigadas al-Qassam, o braço militar do Hamas.

Dois transmissores de dinheiro turcos - Mehmet Akti e Husamettin Karataş - foram acusados de ajudar o Hamas a “tirar” as doações de bitcoin, enquanto operava um negócio de transmissão de dinheiro não licenciado.

Akti atendeu centenas de clientes, incluindo seis que viviam nos Estados Unidos ou usavam contas baseadas também no país, de acordo com documentos oficiais.

Perseguição em todo o mundo

“Embora esses indivíduos acreditem que operam de forma anónima no espaço digital, temos a habilidade e a decisão firme de encontrar e processar esses atores em toda a extensão da lei”, disse o procurador interino de Washington DC, Michael R. Sherwin .

Especialistas e legisladores manifestaram há algum tempo a preocupação de que grupos terroristas possam explorar transações com bitcoin para financiar as suas atividades.

Nos últimos anos, o Estado Islâmico e as Brigadas al-Qassam usaram a moeda virtual.

Nas redes sociais

A arrecadação de fundos em moeda digital das Brigadas de al-Qassam começou no início de 2019 com uma campanha no Twitter denominada "Doar para a Resistência Palestina via Bitcoin", de acordo com documentos judiciais.

O grupo desviou pessoas para sites oficiais, garantindo aos seguidores que as doações de bitcoin eram "indetetáveis" e que "seriam usadas para causas violentas".

“Os sites oferecem instruções em vídeo sobre como fazer doações anonimamente, em parte usando endereços bitcoin exclusivos gerados para cada doador individual”, revelou o Departamento de Justiça em um comunicado.

Ao descobrir as doações, incluindo feitas por pessoas radicadas nos Estados Unidos, agentes do FBI, das Finanças e do Departamento de Segurança Interna rastrearam e apreenderam mais de 150 contas que canalizaram dinheiro para contas das Brigadas al-Qassam.

O diretor da polícia de investigação FBI, Christopher Wray, disse que com essa ação a corporação demonstra “o seu compromisso em anular as fontes de financiamento dessas organizações que procuram prejudicar os americanos no país e no exterior".

No caso do grupo Estado Islâmico, o Departamento de Justiça apreendeu um site falso de vendedor de máscaras e páginas do Facebook pertencentes a Murat Cakar, um facilitador turco do grupo, supostamente responsável pelas operações de hacking do grupo.

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