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Estado de emergência entra em vigor no domingo em Cabo Verde


Jorge Carlos Fonseca, Presidente de Cabo Verde
Jorge Carlos Fonseca, Presidente de Cabo Verde

Entra em vigor no domingo, 29, o estado de emergência em Cabo Verde decretado neste sábado, 28, pelo Presidente da República.

O decreto estará em vigor até 17 de Abril.

“Neste momento em que o mundo e Cabo Verde são assolados por uma pandemia, provocada pelo COVID 19, que a todos ameaça, com o seu cortejo de sofrimento e destruição, com graves implicações sociais, somos chamados a unir esforços, a apelar ao nosso espírito patriótico, para enfrentar e vencer este desafio muito complexo e difícil", afirmou Jorge Carlos Fonseca em mensagem à nação em que reconheceu que “gostaria de não ter sido obrigado a isso".

Frente às medidas tomadas pelo Governo e as recomendações da Organização Mundial da Saúde e de cientistas, Fonseca reconheceu que esta decisão é tomada “precisamente para fazer afirmar a Constituição num momento de exceção, nos exatos termos, sentido e limites que ela contém e estatui".

Apesar de, como disse, nunca ter pensado que seria ele o primeiro Presidente de Cabo Verde a tomar tal decisão, Jorge Carlos Fonseca afirmou acreditar que “este importante instrumento" vai ser utilizado "de forma adequada" para que "no mais curto espaço de tempo, tenhamos controlado a doença e devolvido a tranquilidade às mulheres e homens, cabo-verdianos e de outras nacionalidades, que, no quotidiano, constroem esta nação".

Na base da decisão, o Chefe de Estado apontou a“defesa da vida, da saúde e do bem-estar das pessoas e da nossa sociedade".

O estado de emergência incidirá, segundo Fonseca, temporariamente, “sobre o direito à liberdade, incluindo o direito à deslocação e à emigração, o direito ao trabalho e os direitos dos trabalhadores, os direitos à propriedade e à iniciativa económica privada, os direitos de reunião e de manifestação a liberdade de culto”.

Apesar das restrições, o Presidente assegurou que “a democracia continuará, pois, em funcionamento e todos os direitos, liberdades e garantias não abrangidos pela suspensão continuarão em plena vigência”, reiterando que não há “qualquer apagão democrático”.

Jorge Carlos Fonseca reconhece que os tempos são de exceção e confessou: “senti-me surpreso com alguma frieza que me foi imposta pelo ter de decidir".

A declaração foi anunciada depois de o Presidente cabo-verdiano ter ouvido o Governo e a Assembleia Nacional.

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