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Estado da saúde em Angola é grave, diz Sindicato Nacional dos Médicos


Dr. Adriano Manuel, presidente do Sindicato Nacional dos Médicos
Dr. Adriano Manuel, presidente do Sindicato Nacional dos Médicos

SINMEA afirma que investimentos em medicina curativa em vez de preventiva podem ter tido “fins inconfessos” e acusa Governo de o considerar “alvo a abater”

O estado de saúde da população angolana é caracterizado pela baixa esperança de vida ao nascer, altas taxas de mortalidade materna e infantil, um pesado fardo de doenças transmissíveis e crescentes doenças crónicas e degenerativas, bem como mortalidade prematura evitável, disse o Sindicato Nacional dos Médicos (SINMEA), em Luanda, nesta quinta-feira, 2.

Estado da saúde em Angola é grave, diz sindicato dos médicos - 1:47
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Ao fazer a apresentação do “Estado da saúde” em Angola, o presidente do SINMEA, Adriano Manuel, acusou o Governo de considerar a sua organização “como inimigo e um alvo abater, quando a deveria ter como um aliado para o desenvolvimento e o crescimento do país”.

O sindicalista considerou que o Governo angolano fez um grande investimento no sistema curativo mas não apostou, nos últimos cinco anos, num verdadeiro sistema de saúde.

Manuel acrescentou que esses gastos podem ter tido “fins inconfessos”.

“O que nós observamos durante os cinco anos do mandato que coincide com o Governo passado, é um grande investimento do sistema curativo, que no nosso entender é uma forma de justiçar os gastos, milhões de dólares para fins inconfessos”, sublinhou.

A construção de novos hospitais com equipamentos de ponta, refere o sindicato, não "é acompanhada com a formação de quadros para manusear os respectivos equipamentos".

Em relação aos recursos humanos, e apesar dos concursos públicos "estão muito aquém das necessidades do país".

Denúncias e silêncio do Governo

Em jeito de balanço, Manuel recordou que dois cadernos reivindicativos foram remetidos às autoridades "mas não tiverem qualquer respaldo".

A melhoria do funcionamento das equipas de vigilância epidemiológica para o combate às doenças negligenciadas, a disponibilização de medicamentos essenciais e de equipamentos para atendimento ao doente crítico figuram também das reivindicações dos médicos angolanos nos últimos cinco anos.

O sindicato lamentar a falta de respostas às suas preocupações, apresentadas ao Presidente da República, aos deputados e à vice-presidente do MPLA, partido no poder, que, no seu entender, configura "falta de consideração ao SINMEA".

Adriano Manuel afirmou ainda que, por falta de meios, “testemunhamos nossas irmãs, filhas com menos de 18 anos a serem submetidas a extertomias, isso é, a retirada do útero, retirando-as a possibilidade de um dia terem filho, por causa de um sistema de saúde que não funciona” .

O SINMEA realiza nos dias 24 e 25 de Março, em Luanda, o seu segundo congresso, que vai eleger os novos corpos sociais, com o presidente cessante, Adriano Manuel, a admitir recandidatar-se ao cargo.

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