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Espiões cibernéticos russos tentam apagar rastos de interferência nos Estados Unidos


Pesquisadores concluem que cidadãos russos estão a recorrer a tácticas novas para esconder provas

Cidadãos russos que se acredita possuírem ligação com o Governo de Moscovo têm-se envolvido activamente na disseminação de conteúdos polarizadores e na divulgação de temas extremos sobre as eleições parlamentares desta terça-feira, 6, nos Estados Unidos.

Agora, investigadores e académicos garantem que eles tentam apagar todos os rastos.

Ns verdade, pesquisadores que estudam a propagação de desinformação no Facebook, Twitter, Reddit e outras plataformas dizem que, graças às novas tácticas mais subtis, as chamadas campanhas de operações de informação sobrevivendo ao expurgo das grandes redes sociais e escapando da vigilância governamental.

“Os russos certamente não estão ausentes desta vez”, disse Graham Brookie, director do Laboratório de Pesquisa Digital Forense do Conselho Atlântico.

“Eles se adaptaram com o passar do tempo e aumentaram o foco nas operações de influência”, afirmou Brookie.

O porta-voz do Presidente russo, Vladimir Putin, recusou-se a comentar o tema quando questionado por jornalistas, afirmando não podendo responder a “alguns analistas abstratos de cibersegurança” porque a Rússia não sabe quem eles são e se entendem alguma coisa de cibersegurança.

Agências norte-americanas de inteligência dizem que a Rússia usou a desinformação e outras tácticas para apoiar a campanha do Presidente Donald Trump em 2016, mas o Governo russo negou todas as alegações de interferência eleitoral.

Um sinal claro do empenho russo constante para perturbar a vida política nos Estados Unidos surgiu nas acusações reveladas no mês passado contra uma russa que trabalha como contabilista de uma empresa de São Petersburgo conhecida como Internet Research Agency.

Depois de gastar 12 milhões de dólares num projecto para influenciar a eleição norte-americana através das redes sociais em 2016, a empresa contingenciou 12,2 milhões de dólares para o ano passado e depois propôs gastar 10 milhões de dólares só no primeiro semestre de 2018, como mostraram documentos legais.

A acusação diz que que a Internet Research Agency usou contas falsas de redes sociais para publicações dos dois lados de temas politicamente controversos, como raça, controlo de armas e imigração.

As instruções eram tão detalhadas que até mostravam como troçar de determinados políticos durante um certo período do noticiário.

Embora os objectivos da disseminação de conteúdos polarizadores tenham permanecido os mesmos, os métodos evoluíram de muitas maneiras, adiantaram pesquisadores.

Por exemplo, afirmaram que as contas russas divulgando reportagens e memes que partiram inicialmente da extrema-direita ou da extrema-esquerda dos EUA, que parecem mais autênticos, são mais difíceis de identificar como estrangeiros e mais fáceis de produzir do que histórias inventadas.

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