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Indra deve ser afastada das eleições angolanas, defende analista


Oposição afirma que alegações de corrupção confirmam as suas suspeitas de sempre sobre a empresa espanhola

Os partidos da oposição angolana devem exigir que a companhia espanhola Indra deixe de ter qualquer papel no processo eleitoral de Angola, disse o analista político Rui Kandove.

Opposição angolana reage a escândalo de companhia espanhola - 2:38
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O também mestre em Ciências Políticas reagia à notícia de que a Indra, que esteve envolvida nas eleições de 2008, 2012 e 2017, pagou comissões através de terceiro a entidades angolanas no valor de milhões de dólares.

Segundo o jornal espanhol "El Confidencial", Luís Eduardo dos Santos, irmão do ex-presidente José Eduardo dos Santos recebeu uma comissão de 108 mil euros da Indra em 2008 e, nas eleições de 2012, mais de nove milhões de euros desapareceram em contas na Suíça cujos donos se desconhecem.

“É aceitável e exigível que os partidos da oposição se posicionem para que esta empresa não participe mais nos pleitos eleitorais” disse Kandove.

Por seu lado, os dois principais partidos da oposição disseram que a noticia só vem confirmar o que já suspeitavam.

“Foi evidente que a Indra estava em conivência com as autoridades angolanas”, afirmou Lindo Bernardo Tito, deputado e porta-voz da CASA-CE, para quem a empresa é também responsável pela “fraude” nas eleições anteriormente realizadas.

Tito defendeu que a empresa nunca deveria ter participado na organização das eleições em Angola, pois não inspira confiança.

Por seu lado, o porta-voz da UNITA, Alcides Sakala, afirma ainda que o seu partido vai se bater pela alteração da lei eleitoral com vista definir as acções das próximas eleições e impedir que a Indra participe da organização dos próximos pleitos eleitorais.

“Para nós a Indra nunca inspirou confiança porque alem de participar no processo eleitoral visa apenas enriquecer aqueles que organizam o pleito” reiterou.

Os contratos da Indra com Angola foram investigados pelo Ministério das Finanças da Espanha que concluiu terem-se registado pagamentos inflaccionados em 2,4 milhões euros para o aluguer de 14 aviões para transporte do material eleitoral nas eleições de 2012.

O aluguer desses aviões foi efectuado pela companhia Kessler Consultants, sediada na Grã Bretanha e a trabalhar para a Indra, mas as Finanças espanholas dizem que essa quantia “não têm justificação jurídica”.

O jornal escreve que os pagamentos no que dizem respeito ao frete de aviões para as eleições desse ano foram inflacionados em muito mais, precisamente em 9, 8 milhões de euros.

Essa quantia foi canalizada para a Kessler Consultants e grande parte acabou em contas em bancos na Suíça, diz o jornal que, contudo, não diz a quem pertenciam essas contas.

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