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Empresários da Huila alertam para enormes desafios que podem ameaçar o futuro de empresas e trabalhadores


Grande Hotel da Huíla, no Lubango
Grande Hotel da Huíla, no Lubango

Da banca aos transportes, da prestação de serviços à agricultura, passando pelor turismo e outros sectores, os homens de negócios da região defendem políticas públicas capazes de tornar os empresários locais mais fortes e competitivos.

Empresários de diferentes sectores na província angolana da Huíla continuam a enfrentar muitos desafios.

Empresários na Huíla falam de dificuldades para incrementar actividades - 3:31
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Da banca aos transportes, da prestação de serviços à agricultura, passando pelor turismo e outros sectores, os homens de negócios da região defendem políticas públicas capazes de tornar os empresários locais mais fortes e competitivos.

João Lopes e José Dias são empresários dos sectores do turismo e da exploração de granito e dizem sentir o peso das obrigações fiscais como um entrave.

Ao leme da única companhia privada de aviação civil, João Lopes olha com preocupação o estado actual do sector e diz não compreender algumas realidades com as quais têm-se confrontado.

“A Fly já tem dois aviões e está neste momento a pedir o parcelamento do pagamento de uma caução relativamente aos direitos de uma aeronave e lhe foi negada. Uma empresa que já tem duas aeronaves a funcionar para uma terceira poder fazer outras escalas não lhes aceitam que sejam parceladas? Esses entendimentos do que é o sector da aviação no contexto da economia levam a que muitas empresas cheguem à falência”, diz Lopes.

José Dias, por seu lado, denuncia as dificuldades das empresas locais de exploração do granito em se manterem no negócio em benefício de alegados interesses chineses.

O empresário alerta que a situação da sua empresa, um exemplo para as demais, pode mandar ao desemprego dezenas de funcionários.

“Grandes empresários que tradicionalmente trabalhavam muito com o granito, exportavam muito, estão a vender e eu ponho aspas às suas empresas, por exemplo, chinesas já não exploram, não trabalham nas suas pedreiras estão a entregar tudo aos chineses e estes senhores abandalham o comércio da pedra no exterior do país", afirma Dias.

Ele acrescenta que como não tem capacidade de combater "vamos fechar as portas, vamos pôr, por exemplo, a Granisul, 98 trabalhadores na miséria na rua não vamos aguentar, nós pagamos impostos e pedimos benesses para adiar o pagamento dos impostos dizem ´sim senhor´ pode pagar mais tarde, mas a multa vai ter que a pagar”.

Numa altura em que se perspectiva a integração de Angola na zona de comércio livre africana, o empresário agrícola Zeca Sikila avisa que pode ser uma ameaça para os empresários angolanos.

“Eu olho para nós, empresários angolanos, que estamos extremamente atrasados, quando olhamos para um agricultor de média escala por exemplo sul-africano e se nós abrirmos o mercado eles entram aqui e vão nos engolir num instante até nós aceitarmos que pode acontecer”, sinaliza.

Os desafios do sector foram apresentados num encontro local, onde a burocracia imposta pela banca comercial para a concessão de crédito voltou a ser levantada.

Apesar de assegurar algumas medidas de incentivo ao crédito, o delegado do Banco Nacional de Angola, na Huíla, Sandro Santos, disse que as condições de mercado pesam na banca comercial.

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