Links de Acesso

Domingos Simões Pereira desafia guineenses à resistência


Domingos Simões Pereira (cen), com os advogados Carlos Pinto Pereira (esq) e Luís Manuel Cabral (esq), Bissau, Guiné-Bissau, 2 Setembro 2022
Domingos Simões Pereira (cen), com os advogados Carlos Pinto Pereira (esq) e Luís Manuel Cabral (esq), Bissau, Guiné-Bissau, 2 Setembro 2022

O presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) admitiu convocar os guineenses para, num acto de resistência, visitar os bairros da capital para "denunciar os desmandos " que estão a consumir os cidadãos do país, caso ele for impedido de viajar mais uma vez para o exterior nesta sexta-feira, 10.

Domingos Simões Pereira fez este aviso e apelo numa mensagem publicada nesrta quinta-feira, 9, no Facebook, na qual diz que é hora de ir à luta.

"Depois de alertar a toda a diáspora e o conjunto da comunidade internacional, tendo activado as instâncias judiciais internacionais, temos de ir à luta e enfrentar o nosso destino de pé, sem rodeios nem hesitações", afirmou Simões Pereira, que disse ter chegado o momento de convocar o "povo para a resistência".

Tentativa de embarque

"Eis porque amanhã farei mais uma tentativa de embarque exibindo todos os documentos que comprovam a não existência de qualquer restrição à minha liberdade de circulação, o meu passaporte diplomático, o cartão de deputado da nação e a exigência de me apresentarem as provas de qualquer dispositivo legal que contrarie isso", avisou o antigo primeiro-ministro que disse serem estes "elementos de prova para a batalha que então se inicia, mas que teremos logo de prosseguir no plano político".

Caso for impedido de viajar, como já aconteceu em duas ocasiões, mesmo sem qualquer mandado da justiça, "de ir tratar de outros assuntos no estrangeiro, convoco a nação guineense a me acompanhar no país, que quero calcorrear de seguida, visitando a todos os que queiram me receber, em todos os bairros da nossa capital, para constatar e denunciar todos os desmandos que nos estão a consumir e alertar a todos, sobretudo aos que se vão deixando adormecer, para a necessidade de acordarmos e alertar todos os nossos irmãos e camaradas".

Na nota Simões Pereira reiterou ter prometido nunca comprometer a paz e a tranquilidade do país, mas também "assumi sempre não entregar os meus direitos e liberdades, em troco de seja o que for".

O líder da oposição destacou que "mesmos os adversários mais ferozes" sempre foram tratados com respeito e consideração, mas "infelizmente isso tem sido continuamente mal interpretado e mal usado, até por entidades oficiais que, perante as leis e tendo obrigações constitucionais têm preferido a violação, a força, o abuso".

Domingos Simões Pereira alertou haver "muito clara a intenção de provocar o bloqueio do PAIGC, aliás intenção publicamente expressa de `acabar´ com este partido para silenciar o passado e apagar a história, esta é uma condição que não podemos negociar nem tolerar".

O Governo não reagiu acusações do líder do PAIGC.

Fórum

XS
SM
MD
LG