Uma turista espanhola morreu depois de ter sido baleada por policiais militares, na Rocinha, zona sul do Rio, na manhã desta segunda-feira, 23. A turista foi identificada como Maria Esperanza Ruiz.
Segundo a Polícia Militar, os tiros foram disparados quando um veículo de transportes para turistas, um Fiat Freemont, rompeu o bloqueio policial no Largo do Boiadeiro, área da Rocinha.
Segundo reporta a Globo, a polícia reagiu e o veículo foi atingido, por volta das 10h30, hora do Rio de Janeiro.
Maria Esperanza Ruiz, de 67 anos, morreu a 23 de Outubro, após ser baleada por um disparo da polícia na favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, e dois policiais militares envolvidos na acção foram presos em flagrante, informou a Polícia Militar do Rio de Janeiro.
Segundo a Polícia Militar (PM), a mulher morta e outros turistas estavam num carro particular cujo motorista não atendeu a uma ordem dos policiais para parar numa blitz (operção stop) num ponto da favela, o que levou os policiais a abrirem fogo contra o carro.
A turista espanhola foi socorrida e levada ao hospital mais próximo, mas não resistiu aos ferimentos, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. “Ela já chegou ao hospital em óbito”, disse uma porta-voz da secretaria.
Em nota no início da noite de 23 de Outubro, a PM do Rio informou que um soldado e um oficial foram presos em flagrante por conta da acção e que os PMs envolvidos não respeitaram os procedimentos que devem ser usados em casos em que veículos desobedecem ordens de parada feitas por policiais.
“A Corregedoria da Polícia Militar determinou a prisão em flagrante dos dois policiais directamente envolvidos no facto - um oficial e um soldado. Os dois policiais foram encaminhados para Unidade Prisional da PM, em Niterói”, informou a PM.
“A Polícia Militar, assim como das demais forças de segurança do país, segue os procedimentos estabelecidos no Manual de Abordagem. O referido manual determina que, em casos como o que ocorreu nesta data, os policiais não devem efetuar disparos, mas sim perseguir o veículo que não obedeceu a ordem de parar e bloquear sua passagem assim que for possível. A razão pela qual o procedimento não foi cumprido é também objeto da investigação em curso.”
A Amnistia Internacional reagiu ao sucedido dizendo que “a Rocinha e outras favelas no Rio de Janeiro sofrem diariamente acções policiais que muitas vezes resultam em dezenas de pessoas mortas. A Amnistia Internacional conseguiu documentar isso, embora a polícia sustente que essas mortes aconteçam em ‘legítima defesa’, sendo que muitas delas são execuções extrajudiciais ou resultado de uso desnecessário e excessivo da força”.