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Dois médicos presos em Malanje por alegada negligência


 Banco de Urgência do Hospital Regional de Malanje
Banco de Urgência do Hospital Regional de Malanje

Dois médicos do Hospital Regional de Malanje estiveram presos durante três dias por alegada negligência no serviço, mas foram colocados em prisão domiciliária.

A Ordem dos Médicos protestou contra a medida.

Tudo se deve à morte no passado dia 6 de Maio de uma cidadão de 82 anos de idade que tinha dado entrada durante a noite no Banco de Urgênci, onde ,segundo o filho, Mbumba Wana, foi ignorado pelos médicos por horas.

Wana disse que o pais recebeu primeiros socorros, mas depois foi ignorado.

Ele afirmou ter instado os enfermeiros em serviço sobre o paradeiro dos médicos e responderam que se encontravam a dormir no quarto andar.

O único contato deles com o paciente aconteceu depois de morto.

“Eu entro e digo; senhor enfermeiro, eu estou de pé desde a uma hora, o meu pai já morreu. Eu tenho que ir à casa preparar o óbito, o senhor disse-me: mano, epá! aqui é mesmo assim! Eles estão a dormir”, revelou Mbumba Wana.

O diretor-geral do Hospital Regional de Malanje, Isaac Savumbi, precisou que o doente foi assistido naquela unidade no dia 30 de Abril, e ficou internado durante quatro dias, por apresentar um "quadro de saúde reservado".

O paciente regressou ao hospital no dia 6 recebeu os primeiros socorros.

“A primeira vez que deu entrada dia 30 [abril] com um quadro de crise hipertensa, diabetes melitus, tinha sido consultado e diagnosticado com uma neoplagia prostática”, precisou, acrescentando que “fez-se o tratamento, deu-se alta quatro dias depois com recomendações em termo de seguimento por parte da família”.

Os dois médicos, cuja identidade não foi revelada, foram detidos preventivamente durante três dias pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), alegadamente por abandono do posto de trabalho e falsificação de laudo médico, de acordo com o porta-voz Lindo Ngola.

Ela acrescejtou que durante a crise foram efectuadas “mais de 15 ligações para os médicos e eles não respondiam”.

Os profissionais foram soltos por orientação de um procurador com termo de identidade e residência, até ao julgamento.

Entretanto, a presidente da Ordem dos Médicos de Angola, Elisa da Graça, acusou a polícia de não seguir as normas para estes casos.

“O SIC não pode chegar no hospital e prender os médicos, sem prévio aviso, sem um mandado de captura, sem nada não pode”, defendeu Graça, para quem a Ordem devia ser contatada.

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