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Diplomata americano na Ucrânia confirma "quid pro quo"


William Taylor testemunhou na Câmara dos Deputados
William Taylor testemunhou na Câmara dos Deputados

O encarregado americano de Negócios na embaixada na Ucrânia, William Taylor, confirmou aos deputados nesta terça-feira, 22, que a Casa Branca garantiu que só libertaria a ajuda militar ao Governo de Kiev depois de o Presidente Volodymyr Zelenskiy se comprometer publicamente a investigar os democratoas e negócios do filho do antigo vice-presidente americano e candidato à eleição de 2020, Joe Biden.

O depoimento a portas-fechadas do embaixador Taylor no inquérito que investiga um eventual processo de impugnação contra Donald Trump contradiz directamente a afirmação do Presidente de que não houve "contrapartida" com a Ucrânia.Taylor repetiu sua opinião de que era uma "loucura" fazer com que a ajuda militar extremamente necessária à Ucrânia dependesse da promessa de Kiev de investigar a suposta corrupção do candidato à presidência Joe Biden e do Partido Democrata.

Taylor afirmou no seu depoimento inicial que manteve uma conversa por telefone com o embaixador americano na União Europeia e importante doador da campanha de Trump, Gordon Sondland, que testemunhou na semana passada.

"Durante essa ligação, oembaixador Sondland disse-me que o Presidente Trump havia dito que ele queria que o Presidente (ucraniano) Volodymyr Zelenskiy declarasse publicamente que a Ucrânia investigaria Burisma e uma suposta interferência ucraniana nas eleições de 2016", contou Taylor.

Ele acrescentou ainda que Sondland disse que Trump queria Zelenskiy "numa caixa pública, fazendo uma declaração pública sobre a tais investigações".

Os democratas que controlam a Câmara dos Deputados procuram determinar se Trump usou a política externa americana para fins políticos pessoais, mais precisamente se o Presidente pressionou a Ucrânia, através de chantagem económica, a investigar o ex-vice-presidente democrata Joe Biden, pré-candidato democrata às eleições presidenciais de 2020.

No final da audição, o congressista democrata Adriano Espaillat escreveu no Twetter: "O que ouvi hoje de Bill Taylor foi muito perturbador e explosivo".

"Foi simplesmente o testemunho mais condenatório que ouvi", disse a parlamentar democrata Debbie Wasserman Schultz.

Uma pesquisa da rede CNN divulgada nesta terça-feira, 22, mostrou que 50% dos americanos apoiam um processo de impugnação contra Trump, enquanto 43% são contra.

Trump reage

No entanto, como prova da forte divisão partidária entre os eleitores, 87% dos democratas são a favor do impugnação, contra apenas 6% dos republicanos.

Poucas horas antes do depoimento de Taylor, o Presidente Trump, que disse ontem em entrevista ao canal Fox News que as sondagens indicam que será reeleito, escreveu no Tweeter que "todos os republicanos devem se lembrar do que estão testemunhando: um linchamento. Mas venceremos!".

"Se algum dia um democrata for presidente, e os republicanos ganharem a Câmara de Representantes, inclusive por uma margem menor, podem levar o Presidente a um julgamento político sem o devido processo, ou justiça, ou direito legal algum", acrescentou.

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