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Desnutrição na Guiné-Bissau tem origem na pobreza, diz nutricionista


Mercado de Bandim, na capital Bissau, por altura das Eleições Gerais de 13 de Abril de 2014, na Guiné-Bissau
Mercado de Bandim, na capital Bissau, por altura das Eleições Gerais de 13 de Abril de 2014, na Guiné-Bissau

Estudo revela que apenas 29% das mulheres e meninas alcançam a diversidade mínima alimentar e que a desnutrição entre mulheres grávidas e lactantes e meninas contribuem para o aumento da mortalidade materna e infantil.

Um recente estudo do Programa Alimentar Mundial (PAM) aponta que a Guiné-Bissau é caracterizada por desnutrição crónica generalizada entre as crianças com menos de cinco anos, e mais de 30% nas regiões de Oio, Bafatá́ e Gabu.

Ante este cenário, o Governo da Guiné-Bissau, em parceria com o Programa Alimentar Mundial e a União Europeia, assinalaram na terça-feira, 30, o Dia Nacional da Nutrição, com enfase na importância da nutrição para a saúde pública e para o desenvolvimento sustentável no país.

O nutricionista Pita Correia aponta que 69% da população guineense está abaixo do nível da pobreza, 40% não tem acesso à educação, saúde e serviços básicos, o que "leva o país a uma situação critica".

Ele considera ainda que o hábito de alimentação e desconhecimento da população sobre os produtos também contribuem para este quadro negativo:

"Algumas comunidades cultivam feijão, que é um alimento nutritivo, mas levam esse produto ao mercado para vender e quando o vendem compram outros produtos alimentares menos relevantes, nomeadamente produtos processados, como maionese", aponta como exemplo.

Estudos apontam ainda que a desnutrição no país está ligada fortemente ao factor da pobreza.

Dados do Banco Mundial, citados pelo PAM, indicam que mais de dois terços da população guineense vivem com menos de 1,9 dólar por dia e 33% vivem na extrema pobreza.

Quase 40% dos guineenses vivem com grave pobreza multidimensional, tendo pouco ou nenhum acesso à saúde, educação e serviços básicos, como água potável e eletricidade, e também alimentos nutritivos e saudáveis.

Cidadãos ouvidos pela VOA admitem que a falta de informação tem contribuído para sua má alimentação.

Para inverter este quadro, o nutricionista Pita Correia diz ser necessário difundir informações e capacitar pessoas essenciais responsáveis pela providência de alimentos para a família e, assim, fazer com que as crianças já mais estejam afectadas pelo índice elevado de desnutrição.

O Dia Nacional de Nutrição, instituído em 2017, foi assinalado com consultas nutricionais gratuitas naas estruturas sanitárias e acções de sensibilização sobre mudanças de hábitos alimentares.

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