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Desigualdade afecta qualidade de ensino em Cabo Verde


Em Cabo Verde, o Presidente da República advogou há bem poucos dias na cerimónia comemorativa dos 30 anos da Constituição de 92, maior atenção à educação para evitar assimetrias que condicionam a qualidade.

Desigualdade afecta ensino em Cabo Verde - 2:38
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Analistas entendem que faz sentido a preocupação do chefe de estado, enquanto o ministro da educação fala de desafios mas afirma que não se deve generalizar tudo pondo em causa a caminhada que está a ser feita.

No seu discurso na sessão especial do Parlamento que assinalou os 30 anos de existência da constituição em vigor, José Maria Neves adiantou.

"Temos alunos que concluem o ensino básico sem saber ler, urge perguntar até onde é que as assimetrias estão a minar a qualidade do ensino, em que extensão a não garantia de qualidade da educação para todos compromete o princípio da igualdade consagrado no artigo 24 da Constituição", indagava o Chefe de estado.

O antigo vice-reitor da UNICV, Brito Semedo reconhece que tem havido esforço para melhorar o sistema educativo, mas diz que é inegável a falta de igualdade e oportunidade entre os alunos das zonas rurais e urbanas.

"Dentro da escola pública em termos geográficos mais afastados do centro tem a ver com o nível do professor, com as condições em casa, pelo que tem que haver algo para atrair os tão bons educadores para esses lugares... necessidade de implementação de políticas para colmatar tais diferenças", defende o antropólogo.

Embora não pinte o quadro só negativamente, o professorque desempenhou funções de reitor na UNIPIAGET, Wlodzmierz Szmaniak afirma que a qualidade ainda deixa a desejar e aponta algumas preocupações.

"Se não há manuais para o ensino secundário no país porque não mandar buscar fora, penso ser melhor do que não ter, outro o sistema de avaliação deixa muito a desejar já que muitos alunos transitam com fraca capacidade" afirmou .

Por sua vez, o sociólogo e professor do ensino secundário, Henrique Varela coloca a pergunta.

"Se o sistema público tem a qualidade que se propala, então como é que os dirigentes e demais elites colocam cada vez mais os seus educandos nas escolas privadas? isso é um paradoxo", frisa Varela.

Na opinião do ministro da educação, ainda há desafios a vencer, mas Amadeu Cruz discorda de certas narrativas trazidas a público por determinadas figuras .

"Em primeiro lugar a qualidade do ensino não pode ser só uma percepção pessoal ou um slogan, temos um processo e devemos reconhecer a reforma curricular que está em curso... já fizemos a revisão do ensino básico, estamos agora a fazer do secundário e estamos e fortalecer os mecanismos de avaliação das aprendizagens", disse

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