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Desastres naturais condicionam desenvolvimento de Moçambique


Mulher vítima das cheias em Gaza, Moçambique (2012)
Mulher vítima das cheias em Gaza, Moçambique (2012)

Conclusão é de um estudo do Fundo das Nações Unidas para a População.

As calamidades naturais ameaçam a sustentabilidade do desenvolvimento económico e o bem-estar social de Moçambique, revelou nesta sexta-feira em Maputo a representante do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA).

Além das calamidades naturais, o relatório aponta o combate à Sida como um dos principais desafios do país, com particularmente incidência nas raparigas.

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Bettina Maas revelou que os desastres naturais tem provocado perdas económicas e sociais substanciais e limitado a sustentabilidade do desenvolvimento.

"Estes desastres estão a erodir o tecido protetivo familiar", avisou Maas, apontando a descontinuidade dos serviços sociais e a perda de meios de subsistência como as principais consequências das calamidades naturais no país, principalmente nas zonas rurais, onde vive a maior parte da população moçambicana.

A Representante do Fundo das Nações Unidas para a População disse à VOA que "as consequências alastram-se também aos serviços básicos de saúde e educação.

Moçambique é o terceiro país mais assolado por calamidades naturais no continente africano, uma situação que afecta 80 por cento da população pobre que vive nas zonas rurais.

No início de 2015, as cheias que afectaram o centro e norte de Moçambique causaram a perda de 72 mil hectares de área cultivável, contribuindo para uma revisão em baixa da previsão do crescimento da economia para 7% contra os 7,5% inicialmente projetados pelo Governo.

Nesse período, 400 mil pessoas foram afectadas e 85 mil famílias tiveram o seu rendimento muito concionado, de acordo com dados oficiais.

Além das calamidades naturais, o relatório do Fundo das Nações Unidas para a População aponta o combate à Sida como um dos principais desafios do país.

As raparigas, por exemplo, enfrentam um risco agravado de violência sexual, de acordo com Bettina Maas, que denunciou o facto de uma em cada cinco mulheres ficar grávidas sem o desejar.

Para complicar a situação mais ainda, apenas 640 mil infectados com o vírus da Sida em Moçambique procuram o tratamento num universo de 1,5 milhões.

E mais de um terço abandonam o tratamento no primeiro ano.

Dados oficiais revelam que 45 mil morrem de Sida cada ano em Moçambique.

O Governo moçambicano reconhece que o combate à epidemia da Sida está "numa fase crítica", devido à actual conjuntura económica e dificuldade de obtenção de recursos,

Apesar das dificuldades, a ministra da Saúde, Nazira Abdula espera que a incidência de novas infeções seja reduzida em 30 por cento nos próximos quatro anos, conforme o previsto no IV Plano Estratégico Nacional de resposta ao VIH/SIDA,, lançado pelo Governo na quinta-feira e avaliado em 500 milhões de dólares..

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