Um procurador e um oficial da Polícia Judiciária (PJ) de Cabo Verde foram homenageados como “heróis da luta contra o tráfico humano”, pelo Departamento de Estado americano na quinta-feira, 25, juntamento com três ativistas em todo o continente africano.
O reconhecimento foi feito pelo embaixador John Coton Richmond, do Escritório de Monitoria e Combate ao Tráfico Humano, numa conferência de imprensa em que participaram o secretário de Estado, Mike Pompeo, e a conselheira do Presidente, Ivanka Trump.
O procurador Ary Varela e o oficial da PJ Natalino Correia foram chamados de “uma dupla formidável”, que liderou “casos muito sensíveis que resultaram na condenação dos culpados” de tráfico humano.
Os dois cabo-verdianos integram um grupo de apenas cinco “heróis” em África, distinguidos pelo Governo americano no lançamento do Relatório sobre Tráfico Humano de 2020.
A egípcia Reda Shoukr foi reconhecida por ajudar cerca de 15 mil mulheres e meninas vulneráveis através da sua associação sem fins lucrativos e distinguiu-se “por oferecer assistência multifacetada a ex-vítimas, principalmente na advocacia, serviços sociais e psicológicos e treinamento profissional”.
Maxwell Matewere, do Malawi, também foi destacado pelo trabalho da organização não governamental que ele fundou dedicada aos direitos da criança.
“Graças ao seu ativismo, uma lei contra o tráfico de seres humanos foi adotada em 2015”, realçou o embaixador Richmond.
No Quénia, Sophie Otiende foi reconhecida por apoiar mais de 400 vítimas desde 2014, tendo, inclusive, ajudado a localizar várias delas dentro e fora do país.
Na sua 20a. edição, o documento aponta a Líbia, Somália e Iémen como "casos especiais", uma categoria que inclui países onde o tráfico de pessoas é completamente impune.
A Namíbia é o único país africano que integra a categoria de "primeiro nível", onde o tráfego é mais combatido.
"Os governos devem acabar com o trabalho forçado patrocinado pelo Estado, devem aumentar a acusação de traficantes de seres humanos e intensificar os seus esforços para tratar as vítimas de tráfico, garantindo ao mesmo tempo que não serão punidas por crimes que os traficantes as forçaram a cometer", escreveu o secretário de Estado Mike Pompeo na introdução do relatório.