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Dario de Melo desolado com estado da literatura infantil em Angola


Escritor Dario de Melo
Escritor Dario de Melo

Dario de Melo é um dos mais sérios escritores da sua geração com uma obra extensa e sempre empenhado no alcance pedagógico das suas estórias.

Revoltado, desolado, triste é pouco para definir o que o escritor angolano Dário de Melo diz sentir em relação ao momento actual do que chamam de literatura infantil.

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Dario olha para os primórdios da independência do país e, compara-o ao presente, afirmando que hoje está desiludido por que sente que o ideal de construção do “homem novo” ficou apenas nas pequenas iniciativas que tiveram nas décadas de setenta, oitenta e noventa do século XX.

Dario de Melo é um dos mais sérios escritores da sua geração com uma obra extensa e sempre empenhado no alcance pedagógico das suas estórias. Senhor de uma escrita fluente e musical, em toda a sua obra prespassa a crítica de sentido progressista que se encontra nos temas de transmissão e defesa de valores da tradição e da modernidade.

Com o passar dos anos, Dário diz estar a assistir “a uma redução cada vez maior de livros infantis angolanos no mercado e com ela a perda dos hábitos de leitura que estavam a ser adquiridos. Como também não se tem verificado um aumento de cultores deste género como era de esperar”. Frisa o escritor.

Do balanço feito, cerca de uma dúzia de pessoas se foi dedicando à literatura infantil e destes poucos deram continuidade à iniciativa ou não escrevem com a regularidade desejada. Alguns ficaram por um só conto.

Dario de Melo nasceu em Benguela a 2 de Dezembro de 1935. É escritor, cronista, foi professor, inspector escolar, radialista, gerente agro-pecuário, editor no Instituto Nacional do Livro e do Disco, funcionário do Ministério da Informação. Como se diz: um pouco de tudo e, possivelmente, nada de qualquer coisa.

Exerceu várias profissões como a de docente, inspetor escolar, editor no Instituto Nacional do Livro e do Disco e funcionário do ministério da Informação. Enquanto jornalista, trabalhou na rádio, foi diretor da Voz do Bié, em 1972, daTveja (Revista de Televisão Pública de Angola), em 1983, do Jornal de Angola e do Correio da Semana (que fundou juntamente com Manuel Dionísio), em 1991, e do jornal Jango, em 1992. Para além destas funções, publicou diversos artigos na imprensa.

Dos muitos títulos publicados, na área da literatura infanto-juvenil, destaca-se Estórias do Leão Velho (1985), Vou Contar(1988), Aqui, mas do Outro Lado (2000) e As Sete Vidas de um Gato (2002), com o qual obteve o prémio PALOP 98 de Língua Portuguesa de Literatura Infantil. Publicou também um livro de poesia, intitulado Onda Dormida. É membro da União dos Jornalistas Angolanos e da União de Escritores Angolanos da qual já foi presidente da Assembleia Geral (1992-1994).


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