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Dívidas ocultas: Desmaio de Ângela Leão levanta questões sobre direitos humanos nas cadeias


Ângêla Leão
Ângêla Leão

O desmaio, em pleno tribunal, da arguida Ângela Leão, destapou um velho problema relacionado aos direitos humanos nas cadeias moçambicanas.

Antes do seu desmaio, na sessão do julgamento desta segunda-feira (29), Ângela Leão acabava de denunciar o descaso na cadeia, onde está sendo privada de cuidados médicos adequados.

"Eu não me sinto bem, estou doente. E a minha doença não é qualquer, é pesada. Infelizmente a cadeia não acredita, porque para estar doente, a pessoa tem que cair", reclamou Leão.

Direitos

A ré sublinhou que "é assim que eles trabalham. Não estão habituados a lidar com reclusos saudáveis, muito menos doente".

Se as coisas continuarem do jeito que estão, disse, "vou morrer antes do fim deste processo".

De acordo com Damião Cumbane, advogado da arguida, o caso desta seguinda-feira é a ponta de iceberg, de situações de descaso das cadeias, que até já levaram a mortes.

"O nosso sistema permite que os condenados morram dentro das celas. Isso serve de certa forma para avaliar até que ponto o nosso Estado está comprometido com os direitos humanos" disse o causídico.

Expectativa

O juiz Efigénio Baptista ficou sensibilizado com o caso e promete visitar amanhã, uma das cadeias da cidade do Maputo, para se inteirar do que afinal se passa.

Na 5a feira, 2 de Dezembro, as audições de julgamento retomam para aquela que será o início de uma quinzena de muita expectativa.

Isaltina Lucas, antiga directora nacional do tesouro; Adriano Maleiane, ministro da Economia e Finanças; Alberto Mondlane, antigo ministro do interior são os declarantes chamados até ao próximo dia 15 de Dezembro.

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