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Dívidas ocultas: Armando Guebuza deve ser ouvido no dia 28 como declarante


Antigo Presidente moçambicano Armando Guebuza na audiência do filho Ndambi Guebuza, Maputo, 30 de Agosto de 2021
Antigo Presidente moçambicano Armando Guebuza na audiência do filho Ndambi Guebuza, Maputo, 30 de Agosto de 2021

A versão do antigo Presidente moçambicano é esperada com muita expectativa, depois da sua presença no tribunal ter sido adiada duas vezes

O Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, que julga o escândalo das dívidas ocultas, diz que vai ouvir, no próximo dia 28, o antigo Presidente moçambicano.

A informação é avançada pelo Jornal Notícias da capital moçambicana, que cita uma fonte do tribunal, como tendo afirmado que Armando Guebuza será a última pessoa a ser ouvida, como declarante, sem, no entanto, avançar detalhes.

Após dois adiamentos, há quem duvide que isso vá acontecer

Dívidas ocultas: Armando Guebuza deve ser ouvido no dia 28 como declarante - 2:30
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O editor do jornal Mediafax, Fernando Mbanze, diz que apesar de o ex-Presidente da República ter afirmado estar disponível para ser ouvido, como declarante, numa reunião do Conselho de Estado que autorizou a sua audição, não está claro que isso vai acontecer.

Mbanze anota que o calendário das audições de declarantes apresentado nesta semana pelo juíz indica que as mesmas vão até ao próximo dia 14" e ao nível do próprio Tribunal Judicial da cidade de Maputo, não está claro se o antigo Chefe de Estado vai ser ouvido ou não".

"Temos que enquadrar todas estas indefinições relativamente à data de audição do antigo estadista no âmbito das nuances de um processo jurídico mas que tem também contornos políticos", enfatiza aquele jornalista.

Refira-se que, inicialmente, a audição do Presidente Guebuza tinha sido marcada para Outubro, masdepois foi adiada para esta quinta-feira, 2, o que também não aconteceu.

Para José Tomo, funcionário público, estes sucessivos adiamentos têm objectivo, "fazer com que o antigo Presidente da República não seja ouvido pelo tribunal".

Por seu turno, o sociológo e analista político Moisés Mabunda diz não haver drama nos adiamentos, tendo em conta a dinâmica das audições, algumas das quais se prolongaram por dois dias, mas critica o facto de não se ter dado qualquer explicação relativamente à retirada do nome do antigo Presidente da República da lista de declarantes.

Mabunda realça que "nós ficamos indignados à espera de ouvir o que estava a acontecer, se foi distração do juíz ou se a omissão era tentativa de testar as águas e ouvir a opinião pública o que iria dizer no caso de retirar o antigo Chefe de Estado do grupo de pessoas a serem ouvidas pelo tribunal".

Para Moisés Mabunda, é fundamental que Armando Guebuza seja ouvido porque o escândalo das dívidas ocultas ocorreu durante a sua presidência.

O julgamento de 19 arguidos no caso conhecido por “dívidas ocultas” decorre desde 23 de Agosto.

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