O advogado moçambicano, Alexandre Chivale, defensor da família Guebuza, foi ouvido em tribunal, nesta segunda-feira, 2, em Maputo, por não ter acatado ordens no decurso do julgamento do processo das dívidas ocultas.
Não foram divulgados detalhes da aparição.
As dívidas ocultas, na ordem de 2.2 mil milhões de dólares, descobertas em 2016, foram contraídas aos bancos Credit Suisse e VTB (da Rússia) pelas empresas estatais moçambicanas Proindicus, Ematum e MAM, com a justificação de financiar projetos de vigilância marítima e pesca comercial. O valor foi desviado num esquema envolvendo altos quadros do Governo de Maputo, funcionários bancários e gestores da construtora naval Prinvivest.
Em Maputo, no caso “Dívidas ocultas”, Chivale defendeu inicialmente Ndambi Guebuza, filho do antigo presidente Armando Guebuza, mas foi afastado, em 2021, sob argumento de se evitar um conflito de interesse, por ele alegadamente ser colaborador dos serviços secretos moçambicanos.
Além de Ndambi Guebuza, Chivale era advogado de António Carlos do Rosário, que nos serviços secretos foi director da Inteligência Económica.
Posteriormente, o Ministério Público abriu um processo autónomo contra Chivale por indícios de branqueamento de capitais, na qualidade de gestor de empresas que terão beneficiado de dinheiro resultante do esquema das dividas ocultas.
Em Janeiro de 2022, o juiz Efigénio Baptista, a pedido do Ministério Público, emitiu um mandado de captura, após Chivale ter faltado a uma sessão de julgamento, onde deveria ser declarante.
Mesmo nessa condição, Chivale continuou a emitir as suas opiniões sobre o caso e política moçambicana na imprensa.
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