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Crise na pesca vai a debate no Parlamento angolano com arrastões chineses na mira


Unita espera que não haja obstrução

A UNITA vai levar a debate parlamentar, ainda este ano, o que considera ser evidência de crise na pesca em Angola, tendo como referência a prática chinesa face ao risco de falência de armadores nacionais.

O segundo maior partido mostra o seu desagrado numa altura em que a Associação Industrial Angolana (AIA) fala em tendências monopolistas e políticas irracionais.

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“De uma previsão média de 200 toneladas por mês, as capturas nas companhias nacionais andam em 20 toneladas. A razão fundamental, segundo eles, é uma medida do Governo para se fazer captura por arrasto, até a preservação se altera, leva tudo. As comissões da Assembleia Nacional também serão conhecedoras desta matéria. É competência dos grupos parlamentares pedir a presença do ministro, esperando que quem dirige a AN não obstrua, tal como tem ocorrido’’, promete o líder da Bancada Parlamentar da UNITA, Adalberto Costa Júnior.

Um empresário chinês, Xu Xu, instalado na Caota (Benguela), reconhece que os armadores apostam forte na exportação.

“Temos os arrastões, mas também barcos para a pesca ao cerco. Também exportamos, a sardinha e outro peixe que apanhamos, como o carapau, a garoupa“, revelou o empresário.

A crise de cambiais não deve servir de pretexto para exportações que, na visão do presidente da Associação Industrial de Angola, José Severino, resultam de práticas adversas à Constituição da República.

“Até é anti-constitucional, porque a Constituição está feita no sentido de preservar a competitividade e oportunidade para todos. A forma como se está a fazer, porque se tem dinheiro e porque se tem ganância de ganhar mais dinheiro, não dá. Estes projectos devem ser compelidos a trabalhar com racionalidade, sem prejudicar o vizinho. Esta tendência de que se tem de exportar para ganhar cambiais não pode ser a todo custo’’, alerta o industrial.

A ministra das Pescas e do Mar, Victória de Barros Neto, que vai ser chamada ao Parlamento para as questões levantadas, tem noção de que é preciso uma actividade sustentável.

“O grande desafio para o futuro próximo não é o de pescar mais, mas sim o de pescar melhor, de modo sustentável e racional, para assegurar a auto-renovação dos recursos pesqueiros’’, afirma a governante.

Refira-se que empresas chinesas operam em Angola com licenças passadas por nacionais.

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