Mais de mil cidadãos têm congelados os seus expedientes na Loja dos Registos de Benguela, adstrita ao Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, devido à falta de energia para a emissão de títulos de registos automóvel e predial, bilhetes de identidade e tantos outros documentos.
A avaria no gerador, a fonte alternativa em funcionamento desde 2014, ano da inauguração, é a principal causa, mas o problema, que leva já mais de 15 dias, descortina a existência de dezenas de repartições do Estado sem ligação à rede de pública de electricidade.
Nem mesmo a instalação de um poste de transformação (PT), que deixará a Loja dos Registos e uma escola adjacente conectadas à Empresa Nacional de Electricidade, acalma os ânimos de munícipes que fazem contas à vida.
“Estamos há muitos dias a fazer o vai-vem, nunca há energia. Aqui nada melhora, vim fazer o levantamento do B.I, estamos aborrecidos, não conseguimos registar crianças que têm de começar a estudar. Outros não conseguem tratar de registos’’, diz um cidadão em protesto à entrada da instituição, no que é seguido por outros.
A VOA apurou que um PT de 630 KVA, como é o caso, ronda os 100 mil dólares, uma ínfima parte dos milhões que são aplicados em edifícios sem ligação à rede de energia.
Refira-se que, recentemente, uma aeronave da Taag, com cerca de 50 passageiros a bordo, teve de forçar o regresso a Luanda por falta de iluminação no aeroporto da Catumbela, cuja reabilitação custou 130 milhões de dólares.
Dias após o incidente, foi encontrada solução para um aeroporto que se prepara para operações internacionais, provavelmente a partir do próximo ano.