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CPLP, a hora da reforma do bloco


Geroges Chikoti pede consenso sobre futuro da organização.

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) encontra-se numa encruzilhada, depois de 20 anos do seu surgimento como um espaço de falantes da mesma língua.

Sociedade civil e observadores, e agora também os líderes políticos, são unânimes em defender uma reforma do bloco, mas não há consenso.

Nesta quinta-feira, 22, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque, líderes da CPLP reuniram-se para analisar o momento actual e, uma vez mais, a necessidade de reforma da organização foi tema de conversas.

O ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges Chikoti, reiterou, em declarações à Rádio ONU, a necessidade de um consenso entre os países.

“A CPLP começou como uma comunidade de língua, agora precisa encontrar novos caminhos, mas falta um consenso porque muitos países não têm uma opinião ainda sobre o futuro”, sublinhou Chickoti, que reiterou, no entanto, a importância da organização que precisa de mais instrumentos e mais recursos para desempenhar um papel mais condizendo com anseios dos seus países membros.

Na reunião, o secretariado executivo ficou com a missão de, também, fazer um estudo sobre que respostas dar às muitas solicitações de países que querem ser observadores da CPLP.

Também não há um consenso por agora.

Guiné-Bissau à espera de ajuda

No encontro dos representantes da CPLP em Nova Iorque, a situação da Guiné-Bissau foi também discutida e todos saudaram o que consideram ser uma evolução positiva da situação actual, com o acordo assinado recentemente entre as partes, com a mediação da CEDEAO.

O Presidente guineense, José Mário Vaz, considerou que a CPLP tem desempenhado um papel silencioso mas positivo de aproximação entre as partes e pode ser, a nível financeiro, um espaço importante para a troca de informações e de ajuda ao país.

Vaz exemplificou, em declarações à Rádio ONU, o apoio que o Brasil poderá dar no desenvolvimento da agricultura, pecuária e transformação de produtos primários, como forma de luta contra a fome.

"O Brasil é um país que detém uma tecnologia extremamente importante neste momento para os países menos avançados. Queremos resolver um grande problema que temos hoje na Guiné, que é dar de comer à nossa população. Não podemos ser governantes e ter realmente as pessoas com fome. Eu sei que o Brasil tem uma tecnologia apropriada para nos ajudar a desenvolver a nossa agricultura, nossa pecuária e quiçá também na transformação dos nossos produtos primários, começar a criar, portanto, valores, acrescentando valores à nossa matéria-prima”, disse.

O Chefe de Estado guineense mencionou ainda a possível colaboração com outros países de língua portuguesa e disse que "mais do que nunca" Guiné-Bissau e Cabo Verde estão a trabalhar juntos e lembrou “haver uma parceria muito forte com Angola (…) que tem muitos interesses na Guiné-Bissau”.

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