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CPJ pede investigação sobre a agressão de jornalistas moçambicanos 


 Jornalistas moçambicanos Alexandre Eusébio (esquerda) e Ivaldo Novela (direita)
Jornalistas moçambicanos Alexandre Eusébio (esquerda) e Ivaldo Novela (direita)

O Comité para a Protecção de Jornalistas (CPJ), com sede em Nova Iorque, pede às autoridades moçambicanas uma investigação sobre a recente agressão contra os repórteres Alexandre Eusébio e Ivaldo Novela.

Eusébio e Novela, do canal independente Tua Televisão, diz o CPJ, foram agredidos, no dia 4 deste mês, em Maputo, por cinco agentes do Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic), quando cobriam o funeral de outro polícia que cometeu suicídio.

“Esta agressão não provocada deve ser minuciosamente investigada e processada para travar uma aparente cultura de impunidade dos que atacam jornalistas em Moçambique”, diz a coordenadora do programa África do CPJ, Ângela Quintal.

“Além de responsabilizar os agentes pelo que fizeram, as autoridades também devem indemnizar Eusébio e Novela pela destruição do seu equipamento, e garantir que os jornalistas possam reportar livremente, sem o risco de ataques dos que juraram servir e proteger os cidadãos”, acrescenta a sul-africana Quintal.

Brutalidade

Os dois jornalistas, que receberam assistência médica no Hospital de Mavalane, arredores de Maputo, contaram ao CPJ a acção brutal dos agentes, verbal e física.

“Peguei a câmara e mostrei-lhes que estava partida e fui até o carro. Eles nos seguiram, insultaram, ameaçaram bater ainda mais e um ameaçou atirar contra mim”, disse Novela.

O porta-voz do Sernic, Hilário Lole, não confirmou ao CPJ o ataque contra os jornalistas, mas disse que uma queixa foi submetida e o incidente será investigado.

O MISA-Moçambique, organização de defesa da imprensa, lamenta que os jornalistas tenham sido agredidos depois de ter terem obtido a autorização dos familiares do finado polícia para cobrir a cerimónia, no bairro suburbano de Ferroviário.

A cobertura, realça o MISA, “não implicava a exposição de imagens chocantes, o que torna a acção dos agentes do Sernic incompreensivel”.

“O MISA reserva-se ao direito de intentar acções judiciais para a responsabilização dos promotores destas agressões”, lê-se no Facebook da organização.

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