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COVID-19: Médicos moçambicanos zangados com o sistema por não se sentirem protegidos 


Hospital Central de Maputo, Moçambique (Foto de Arquivo)
Hospital Central de Maputo, Moçambique (Foto de Arquivo)

Um inquérito feito a 136 médicos constatou que mais de metade não recebeu material de proteção

A Ordem dos Médicos e a Associação Médica de Moçambique emitiram um comunicado denunciando a falta de condições adequadas para a proteção individual dos profissionais na primeira linha de luta contra a Covid-19.

A morte, após ser contaminado por Covid-19, do médico António Mujovo, que era assessor do ministro da Saúde, foi um dos motivos que irritaram a classe.

COVID-19: Médicos moçambicanos zangados com o Sistema por não se sentirem protegidos
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Consta que Mujovo, profissional bastante respeitado, não teve a protecção e tratamento adequados no Hospital Central de Maputo.

“Tivemos e continuamos a ter a percepção de que poderia ter sido feito muito mais do que se fez para salvar um quadro tão precioso do nosso país”, diz o comunicado.

As duas organizações recordam que a falta de equipamento de proteção “coloca em risco os profissionais de saúde, seus familiares e os utentes das suas unidades sanitárias (…) não se pode combater a COVID-19 sem a devida protecção dos profissionais de saúde”.

Lockdown?

Ussene Issa, Director Nacional de Assistência Medica reconhece o dilema de proteção e justifica que “onde nós compramos medicamentos também fecharam e deram ordens estritas de que nenhum medicamento sai para fora do país, e nós com as encomendas todas já organizadas e tudo pago sofremos”.

Um inquérito feito a 136 médicos constatou que mais de metade não recebeu material de proteção, o que para o Governo tem dias contados.

“Devo dizer com alguma satisfação estamos a receber os equipamentos de protecção individual e os medicamentos estão a chegar”, disse Issa.

A queixa dos profissionais de saúde surge numa altura em que Moçambique regista um crescente número de casos, particularmente na cidade de Maputo, o que leva as autoridades sanitárias a pensarem num “lockdown”.

A diretora nacional adjunta de saúde, Benigna Matsinhe, disse que “se acharmos que há necessidade de fazermos o ‘lockdown’, vai ser o Ministério da Saúde a determinar”.

Nas últimas 24 horas, Moçambique registou mais um óbito passando a ter 89; 112 casos positivos e 28 recuperados.

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