Cabo Verde pode vir a registar quase 39 mil casos de infecção pelo novo coronavírus e cerca de 430 mortes, de acordo com uma projeção apresentada nesta sexta-feira, 10, pelo matemático José Augusto Fernandes.
O consultor concluiu que as medidas de distanciamento social e confinamento permitem reduzir o número de mortes no país.
No estudo epidemiológico encomendado pelo Ministério da Saúde, Fernandes, baseou-se em dados fornecidos pela estrutura governamental e num quadro em que 74,1% da população cabo-verdiana está em casa devido ao estado de emergência em vigor.
O pico da doença será atingido 60 dias depois do início da pandemia em Cabo Verde, ou seja entre Maio e Junho, período durante o qual poderão ser registadas 23 mortes por dia, sustenta Fernandes
“Fizemos uma análise de confiança estatística e dissemos é bom inferir para a população (556.000) deu-nos 38 mil e fomos buscar o cenário que mais se próxima a infecção máxima e buscamos 74,1%. E fizemos as previsões todas baseadas nessa curva de previsão”, explicou aquele matemático, alertando que este modelo epidemiológico, no entanto, não separa o número dos infectados assintomáticos dos demais e nem aponta o número total de pessoas que teriam ou terão necessidade de ser hospitalizadas.
Em relação às medidas de distanciamento social e de confinamento adotadas pelas autoridades cabo-verdianas, José Augusto Fernandes, afirmou que, num cenário sem nenhuma medida, 165.505 já teriam sido infectadas e o país teria registado 1.821 mortes, das quais 348 num só dia durante o pico da pandemia..
“O efeito da quarentena é notório. Vale a pena porque não temos nenhum medicamento, não há vacina e para o desconhecido o único remédio é ficar em casa”, defendeu o autor do estudo que tem uma margem de erro de cinco por cento.
Até que agora, Cabo Verde registou uma morte, um turista inglês, que foi o primeiro a chegar com a doença no país, e seis casos positivos em situação estável.