Milhares de condutores de camiões no Brasil suspenderam o trabalho há três dias em protestos contra o Governo federal por causa dos constantes reajustes nos preços dos combustíveis.
Em menos de seis meses, a população tem visto sucessivos aumentos da gasolina, etanol e do diesel nas refinarias e nos postos de combustíveis.
As principais estradas do país estão parcialmente fechadas, algumas completamente.
As cargas não estão sendo levadas aos destinos e começa a faltar alimentos, medicamentos e combustíveis no país.
Os “caminhoneiros” querem também a redução das cargas tributárias sobre o diesel.
A Petrobras promete reduzir os preços da gasolina em 2,08% e os do diesel em 1,54% nas refinarias, mas nas últimas horas tinha anunciado um novo aumento nos preços em nome do aumento do petróleo no mercado internacional e a escalada dos preços no mercado externo.
Os condutores e donos de camiões não têm mais onde recorrer e dizem não ser ouvidos pela Presidência.
“Não há como trabalhar desta forma. A gente roda nas estradas e não sobra nada. Todos os dias o Governo aumenta os preços dos combustíveis e está feio. Tem que levar em conta também que os pedágios no país são caros e as estradas sempre estiveram em condições precárias. Quem trabalha como caminhoneiro nesse Brasil só tem prejuízos”, disse José dos Santos..
Gerson Luís de Oliveira é mais um entre os milhares que protestam no Brasil.
Caminhoneiro há 14 anos, Oliveira não conseguiu segurar o choro ao falar da situação da categoria.
"Está muito alto, está demais. Não tem mais como trabalhar", lamentou e disse que não vai mudar de profissão.
“Não pretendo mudar (de profissão), porque meu sonho sempre era ser caminhoneiro, meu sonho sempre era ter meu caminhão. Mas é de encher os olhos de água”, sublinhou Gerson Oliveira.
O caminhoneiro ressaltou ainda que o movimento deve continuar sem prejudicar os demais motoristas, deixando espaço para aqueles que quiserem passar nas estradas.