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Companhia holandesa subornou entidades angolanas


SBM especializa-se em plataformas marítimas
SBM especializa-se em plataformas marítimas

Investigação da empresa confirma haver "evidência" de pagamento de milhões de dólares a entidades oficiais ou seus familiares

A companhia holandesa SBM Offshore envolvida na exploração de petróleo ao largo de Angola admitiu que poderá ter pago milhões de dólares em suborno a entidades oficiais angolanas.

Os pagamentos poderão ter sido em feitos em dinheiro ou em produtos não especificados “de valor”.
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A SBM Offshore é uma companhia de serviços que se especializa em plataformas marítimas usadas na exploração de petróleo e gás.

A SBM tinha afirmado em 2012 que estava a investigar supostos subornos feitos por entidades da companhia a entidades no Brasil, Angola e Guiné Equatorial.

Num comunicado ontem divulgado, a empresa disse que uma investigação interna não encontrou provas de subornos no Brasil, mas encontrou provas que representantes em Angola e na Guiné Equatorial podem ter subornado entidades dos governos desses países.

“A respeito de Angola e Guiné Equatorial há evidências de que pagamentos podem ter sido feitos directa ou indirectamente a autoridades do governo”, disse o comunicado da companhia que não divulgou, contudo quaisquer, nomes.

O comunicado diz que entre 2007 e 2011 companhias ligadas à empresa usaram “agentes múltiplos” em Angola, incluindo um anteriormente usado para negócios na Guiné Equatorial.

“Há alguma evidência que pessoas ligadas a pelo menos um desses agentes eram entidades do Governo angolano ou estavam associados a entidades do Governo angolano,” diz o comunicado que acrescenta:

“Há também alguma evidência de que o agente usado na Guiné Equatorial poderá ter feito pagamentos a entidades do Governo angolano e que outros tipos de valor foram entregues a entidades do governo e/ou a seus familiares”, lê-se no comunicado.

A SBM diz não saber qual a percentagem de um total de 22,7 milhões de dólares de comissões que foi usada como suborno.

As investigações foram iniciadas em Fevereiro depois de meios de informação holandeses terem publicado reportagens sobre suspeitas de pagamentos de subornos a entidades brasileiras da companhia Petrobras.

Nesse caso os subornos teriam envolvido mais de 139 milhões de dólares mas a companhia disse que, neste caso, “a investigação não encontrou nenhuma evidência em que a companhia ou algum dos seus agentes tenha feito pagamentos impróprios a agentes do governo”.

Foi durante estas investigações que foram detectadas “evidências” de pagamentos a entidades angolanas.

Por outro lado, o conceituado jornal francês “Le Monde” publicou nesta quinta-feira, 3, uma extensa reportagem sobre as relações entre Portugal e Angola em que afirma que Portugal se tornou no que chama de “uma máquina de lavar dinheiro” para Angola e para a Guiné Equatorial
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